Beatriz Teixeira

Por um olhar psicológico, como podemos descrever uma mulher de mente brilhante?

Uma mente brilhante primeiro precisa estar ligada a uma mente com saúde, que sabe estabelecer prioridades para sua vida e agir por elas, para não viver o que geralmente encontramos nas mulheres: um nível de ansiedade muito elevado, que bloqueia as ações e a própria criatividade.

O que é mais difícil: desenvolver uma mente brilhante ou conseguir impactar a geração com uma mente brilhante?

Impactar é mais difícil, porque, muitas vezes, a pessoa tem essa mente brilhante, mas não tem ações tão saudáveis, ou seja, não consegue desenvolver os processos que farão com que tenha essa própria expressão do que é viver, a partir dos conceitos que formalizou dentro dos pensamentos estabelecidos com inteligência e sabedoria.

Por exemplo, há mulheres que têm um talento para escrever, mas, por um perfeccionismo exacerbado, deixam de trazer à realidade algum trabalho que viria favorecer uma geração, e, por isso, a inteligência e a sabedoria ficam guardadas para si mesma.

A senhora é esposa, mãe, Pastora, psicóloga, desenvolve um trabalho apostólico no Sul, continua com seu discipulado em Manaus... Como é possível conciliar todas essas atividades e manter a saúde pessoal, na família e no ministério?

É justamente o estabelecimento dessas prioridades na minha vida que me possibilita avançar em outros projetos que eu pretendo. Hoje eu tenho um curso de aconselhamento pastoral no Sul dentro dos princípios da Visão, formando Pastores e líderes no aconselhamento. É o ProJetro. Na área da Psicologia, estou trabalhando em parceria com uma ginecologista e fisioterapeuta, atendendo homens e mulheres na área da sexualidade. Atendo também com uma psiquiatra. Pretendo investir ainda mais nessa área, fazendo especializações. Desenvolvo o trabalho pastoral e apostólico, ministrando nas Igrejas do Sul e onde Deus mandar.

Em tudo, porém, busco priorizar o relacionamento familiar. Depois da relação com Deus, priorizo a minha família, e somente depois vem o ministério e as outras atividades.

Temos que estabelecer prioridades porque senão maculamos o que acreditamos. Sou Pastora, sou psicóloga, e eu tenho que viver o que prego. Não adianta apontar o caminho de saúde em todos os níveis para outras pessoas e não usufruir o que outras pessoas estão usufruindo.

O que dizer para algumas mulheres que ainda estão presas no pensamento de que não são tão brilhantes assim...

Eu acredito muito que o que desenvolve tudo isso em nós é o relacionamento. Principalmente dentro de uma Visão como essa. O outro sempre nos possibilita a cura, o outro sempre nos consegue mostrar coisas que não vemos. Então, o relacionamento no discipulado, no casamento, nas amizades, ajuda-nos a perceber o quanto de potencial ainda temos a desenvolver. A mulher tem essa necessidade de ser avaliada. Ela avalia muito, mas tem essa necessidade, para ter parâmetros em suas ações.

O relacionamento nos significa, nos nomeia. Quando Deus apresentou a mulher para Adão, foi Adão mesmo quem a nomeou. É o mestre que significa o discípulo. O isolamento nunca é o caminho, e Provérbios diz isso, que aquele que se isola busca seu próprio egoísmo e se insurge contra a sabedoria. Eu só tive êxito na área de Psicologia quando eu me relacionei com uma pessoa da área que pôde me supervisionar e que consolidou minha ação como psicóloga. No discipulado, meu relacionamento com a Apóstola Marita me significou como Pastora e Apóstola. No casamento, meu esposo me significa como mulher e mãe. Os relacionamentos nos significam!