18 de Maio: Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual de Crianças

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No dia 18 de Maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado, e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes a partir da aprovação da Lei Federal nº 9.970/2000. O “Caso Araceli”, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações absurdas como essa ainda se repetem.

O abuso sexual envolve contato sexual entre uma criança ou adolescente e um adulto ou pessoa significativamente mais velha e poderosa. As crianças, pelo seu estágio de desenvolvimento, não são capazes de entender o contato sexual ou resistir a ele, e podem ser psicológica ou socialmente dependentes do ofensor. O abuso acontece quando o adulto utiliza o corpo de uma criança ou adolescente para sua satisfação sexual.

A violência sexual contra crianças aumenta a cada dia. Segundo dados do Ministério da Justiça, somente nos últimos oito anos foram registrados 16.802 casos de abuso sexual contra criança. Isso indica que a cada quatro horas uma criança foi vítima desse tipo de abuso, nesse período. A informação faz parte do relatório do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (Sipia), órgão criado para subsidiar a adoção de decisões governamentais sobre políticas para crianças e adolescentes.

Como família, precisamos estar atentos a esses dados e vigilantes quanto aos nossos filhos, pois, conforme levantamento feito pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e divulgado pela Agência Brasil, 88% das crianças abusadas sexualmente foram molestadas por pessoas da família ou próximas a elas.

O estudo revela ainda que a maioria das vítimas tem até dez anos de idade e 63,4% do total são meninas. Para o psicólogo e coordenador da pesquisa, Antonio de Pádua Serafim, as mães deveriam monitorar o que acontece dentro de casa para prevenir as agressões, já que as crianças não conseguem entregar seus algozes. É gritante o fato de que, muitas vezes, o maior agressor é justamente quem deveria proteger.

Segundo o especialista, as crianças costumam dar sinais dos abusos pelo comportamento. As mães, portanto, devem ficar de olho nas alterações de humor dos filhos. “Uma mudança brusca é a maior sinalização de abuso”, diz Serafim.

Vamos proteger nossas crianças e adolescentes!

Apóstolos Luis e Regina Vasconcelos