No artigo desta semana, quero conversar com você sobre o questionamento que algumas pessoas ainda fazem sobre o fato de líderes cristãos se envolverem com política. Sou Apóstolo, sou líder político, e, na verdade, não me senti vocacionado para exercer nenhuma das funções. Eu me descobri em meio a estas por conta do meu estilo de vida.

O apostolado foi o resultado de uma vida comprometida, devocional com Deus, com Sua Palavra e com a missão da Igreja. Esta sequência me fez líder, seminarista, Pastor, Bispo e, hoje, Apóstolo. Na política, tudo é decorrente do meu envolvimento espiritual e social com o meu próximo, motivado pela minha vida eclesiástica.

Claro que existe, nas duas vocações, o quesito paixão. Quando me converti, tive um impulso interior imediato de poder conhecer a Deus e Sua Palavra, poder falar do Reino com a mesma propriedade com a qual o meu primeiro Pastor falava. Aquilo era um sonho que parecia distante e se cumpriu.

Quando eu era criança, não sei por quais motivos, saltava no meu coração o desejo de ser Presidente do Brasil. Aquele sentimento fazia parte de uma das loucuras mais secretas do meu coração que eu tive a coragem de compartilhar inicialmente com dois amigos pastores: o Pastor Josiel Berto, do Rio de Janeiro, que me acompanhou na minha formação e me ungiu pastor; e o segundo, o Apóstolo Renê Terra Nova, que foi o grande inspirador e motivador da minha decisão de me tornar um líder político.

Sei que ainda hoje os cristãos não são unânimes quanto à aceitação do envolvimento de uma autoridade espiritual com a política. Essa realidade existe. E eu tenho bastante paciência quando o tema é política, pois sei que cristão versus política é uma questão cultural antiga decorrente da má formação do pensamento político-cristão moderno. Trata-se de uma herança advinda de um conjunto de fatores desde a Renascença, a Reforma Protestante, Iluminismo e da Revolução Francesa, que influenciaram a educação e a formação da sociedade de hoje de uma forma tão forte que passou a fazer parte de uma cultura popular: crente não se mistura com política. Sou do tempo que ser apolítico ou anti-político fazia parte da pregação da santidade. Então, não é tão fácil ser crente e ser político hoje, muito menos, ser Pastor e ter mandato político.

Porém, o atual cenário social está desafiando a Igreja a um novo posicionamento político. O jogo político está endurecendo a partida contra os cristãos e as Igrejas. Estamos acordando para a dura realidade de que o esquema político que foi desenvolvido por muitos anos é anti-cristão, anti-Deus, anti-Bíblia e anti-Cristo. Quando olhamos para essa realidade assombrosa, percebemos o quanto estamos atrasados. Isso equivale dizer que a sociedade brasileira está ficando cada vez mais deteriorada à medida que se torna anti-tudo que é propósito divino.

E é neste contexto de deturpação de valores, de criação de leis que são contra a Bíblia e a família, que a Igreja entra em cena para quebrar o jugo do mal. Aliás, todos nós somos unânimes em crer que a unção quebra o jugo.

Quando Paulo escreveu uma carta aos cristãos de Filipo, ele enviou saudações de todos, mas principalmente dos santos que estavam na casa de César. Ou seja, já naquela época, havia santos, verdadeiros cristãos, dentro do ambiente político, sendo sal e luz, fazendo a diferença naquela geografia. “Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.” (Filipenses 4:22)

Daí eu afirmo: É, sim, importante que venham os ungidos, os santos para a casa de César, com um estilo de vida comprometido com a Palavra, com voz profética e genuíno interesse de serem instrumentos de transformação para que tenhamos políticas públicas ungidas, transformadoras, que toquem as vidas e gerem um novo Brasil.