Apóstolos Renê e Marita Terra Nova

 
Confira como foi o congresso de Consolidação no ano passado
 
 
 
 


Publicado: 10.02.2013
As diferentes formas de abuso
Especialistas na área de Psicologia discutiram assuntos sérios, que exigiram maturidade para quem estava ouvindo: abuso sexual, emocional e na relação entre líderes e liderados. Foi uma manhã proveitosa e esclarecedora.

Cleo Pinheiro

 

Um vídeo sobre um abuso sexual narrado em 1 Samuel 13-17 iniciou as ministrações. Tamar, a abusada. Amnom, o abusador. E Absalão, o que tomou as dores da irmã e se tornou um assassino. A sequência de desgraças, vividas pela família do rei Davi, é cheia de pontos que merecem a nossa atenção e podem trazer várias lições para nós.

 

Inteligência Emocional na Liderança

O conceito de Inteligência Emocional, advindo da Psicologia, tem sido bastante difundido atualmente. Ele consiste, em síntese, na capacidade de administração correta das emoções de um indivíduo. Mas o que isso tem a ver com o discipulado? A Apóstola Rosângela Matos, psicóloga clínica, respondeu a essa questão. Ela diz que, “para desenvolver uma liderança eficaz, o líder precisa, antes de tudo, ter autoconsciência, ele precisa saber quem ele é”. E esse processo de autoconhecimento consiste em procurarmos saber quem somos para Deus, em identificarmos as nossas qualidades, para que elas sejam potencializadas, mas também exige a identificação das nossas fraquezas, para que esses pontos negativos sejam melhorados.

Alguns sinais de alerta devem ser percebidos por quem está em busca de conhecer a si mesmo: mau humor constante, uso de sarcasmo, ironia, comportamento passivo-agressivo, fazer papel de vítima e agir com hostilidade frequente, por exemplo, podem ser sintomas de algum desajuste emocional que precisa ser tratado.

Um líder ajustado com relação a sua autoconsciência poderá desenvolver a capacidade de gestão de pessoas, de gerenciar conflitos, de agir com equilíbrio, de evitar abusos e de não se deixar ser abusado.

 

A neurofisiologia da dor nos traumas

Hitler, Napoleão , Stalin e Fidel Castro foram citados pelo Apóstolo Arão Amazonas, como exemplos de líderes que impactaram as suas gerações de uma maneira negativa. Eles foram ditadores, tiranos, mataram pessoas, destruíram sonhos e se tornaram abusadores de uma sociedade. Nos dias de hoje, dentro das igrejas, das empresas, das famílias, também existem abusadores.

Durante a ministração, o Apóstolo, que também é teólogo, pedagogo, especialista em terapia familiar e doutor em aconselhamento, falou que os abusos, em todas as áreas, geram feridas, muitas vezes invisíveis, porque se instalam na alma. “O abusador tatua o abuso na alma da pessoa. O cérebro registra o abuso e quanto mais agressiva for a emoção, pior será o trauma”.

Muitas vezes, essas dores e lembranças podem eclodir na relação de discipulado e serem transferidas para os discípulos.

 

Absalão, o abusado que destruiu o reino

A Apóstola Ester Amazonas, teóloga, especialista em terapia familiar sistêmica e mestre em aconselhamento pastoral, trouxe uma reflexão sobre o caso de abuso sexual narrado em 1 Samuel 13-17. Tamar foi estuprada pelo meio-irmão, Amnom, e sofreu todas as consequências físicas e emocionais que esse tipo de violência pode trazer.

Como você ficaria, emocionalmente, se você fosse estuprada(o) pelo seu irmão e o seu pai não tomasse providência? Essa pergunta, profunda e inquietante, foi feita pela ministradora, aos líderes presentes e foi a base para o início do desenvolvimento do tema.

O abuso sexual é muito danoso para a alma de uma pessoa. Quando alguém sofre um abuso, quase sempre adquire um trauma e, a partir disso, sua mente pode formatar pensamentos como desvalia, desamor e abandono. Esses pensamentos podem se transformar em crenças absolutas sobre si mesmo e causar grandes sofrimentos. Na área das emoções, as consequências também podem ser ruins, trazendo medo, culpa e vergonha ,sentimentos que podem ser tóxicos e mortais.

As consequências do abuso sofrido por Tamar também foram desastrosas para a família de Davi. Absalão foi citado como ‘o abusado que despedaça o Reino’, como aquele que tomou a dor da irmã, de maneira tão profunda, que foi capaz de matar Amnom para vingar a desonra dela.

Como esse ensino se aplica à realidade dos líderes do MIR?  Muitas vezes, trazemos as dores dos discípulos pra nós e, em nome da compaixão e da misericórdia, podemos nos tornar líderes depositários das dores discípulos. É preciso saber separar o que é nosso do que é do outro.

A boa notícia é que para cada abuso, sofrido ou praticado, por líderes ou discípulos, há um caminho de cura, e ele está na Cruz de Jesus.

 

Fruto Fiel

A manhã foi encerrada com uma breve palavra do Apóstolo Renê Terra Nova que salientou a importância do Congresso para a Consolidação dos Líderes. “Deus nos mostra aquilo que está disfuncional em nós. A base está sendo refeita e o que está bonito vai ficar mias bonito, mas o que estava ruim, com relação à formação de personalidade, será refeito. O MIR é uma Igreja de base saudável tanto na constituição física como na espiritual. Bem-vindo ao melhor tratamento da sua vida!”

E teve ainda a celebração do Fruto Fiel. A Igreja ficou colorida de azul, amarelo, preto, laranja, para a apresentação dos Apóstolos Arão e Ester Amazonas; Wilson e Cláudia Ayub; Luis e Regina Vasconcelos; Eurípedes e Márcia Sousa; Robson e Neliana Mendonça e dos Pastores Cesar e Francieme Costa.