Apóstolos Renê e Marita Terra Nova

 
Confira como foi o congresso de Consolidação no ano passado
 
 
 
 


Publicado: 10.02.2013
Inteligência Emocional no Discipulado
Na segunda manhã do Congresso de Consolidação 2013, os congressistas foram presenteados com a ministração em conjunto dos Apóstolos Arão e Ester Amazonas, e Apóstola Rosângela Matos. Com o tema As diferentes formas de abuso emocional no discipulado, os três ministraram debaixo de muita unção, e com muito conhecimento bíblico e profissional. Nesta entrevista, você encontrará instruções valiosas para exercer a inteligência emocional no discipulado.

Beatriz Teixeira

 

Apóstola Rosângela, a senhora se especializou em Gestão de Pessoas. E, na Visão Celular, os discipuladores gerenciam muitas pessoas. Unindo as duas realidades, qual é o maior desafio dos discipuladores na realidade da Visão Celular?

É justamente a questão da Inteligência Emocional, pois temos conhecimento de muitas coisas, mas não nos conhecemos nós mesmos. E, por não nos conhecermos, não sabemos nos autogerenciar. Essa questão de gerenciar o outro, só será possível se eu souber me gerenciar.

A inteligência emocional é o ato de saber administrar as nossas próprias emoções e as do outro. E, no discipulado, como as demandas são muitas, se o líder não tiver a competência da inteligência emocional, ele não vai conseguir desenvolver as pessoas.

Precisamos lembrar que o homem é espírito, alma e corpo, e a Igreja precisa desmistificar essa questão da alma. Por exemplo, é possível, sim, um homem de Deus desenvolver transtornos emocionais. Ele vai precisar de ajuda e o primeiro passo é reconhecer que o fato de precisar de ajuda não diminui a verdade dele ser um homem de Deus.

Então, nosso alerta neste dias é para o cuidado com a alma, com as emoções, lembrando que o líder espiritual precisa estar bem com suas emoções. Assim, teremos um discipulado sadio.

 

Apóstolo Arão, sabemos que o abuso tanto emocional quanto sexual traz consequências danosas e duradouras, como medo, angústia, fobias, transtornos... Quando um discipulador identifica essas situações nas células e o discípulo confessa seu sofrimento, qual deve ser a atitude deste líder?

Primeiramente, ele precisa reconhecer que não é especialista da área, caso a situação seja grave. O ideal é que o encaminhe para um especialista cristão de confiança e acompanhe paralelamente o processo, dando suporte pastoral e espiritual através da oração.

Se este líder não fizer isso, e quiser cuidar da pessoa por conta própria, ele corre o risco de complicar mais ainda o processo da pessoa e adoecer mais ainda o discípulo. Pode também se tornar depositário da doença por não conhecer com precisão as rotas técnicas, terapêuticas, da cura. É por isso que é importante entendermos quem nós somos, nossos potenciais e nossos limites no discipulado, compreendendo que o discipulado de êxito se constitui na busca de autocapacitação de cada discipulador, pois Deus nos disse que Ele nos daria pastores que apascentariam Seu povo com sabedoria e inteligência (Jeremias 3:15).

 

Apóstola Ester, através da sua ministração, vimos que tomar a dor do outro é algo perigosíssimo para as emoções. Foi o caso de Absalão, que tomou para si a dor do estupro de sua irmã Tamar. No discipulado, ouvimos dores constantemente... Como fazer esse exercício de deixar de fora a dor do outro e manter a saúde pessoal emocional?

Primeiro, na escuta, preciso sempre ter em mente que a dor é do outro e não minha, e que eu posso ajudar o outro na sua dor, mas não devo passar a vivenciar o seu problema. Durante a escuta, é importante o discipulador trabalhar a sua mente neste ponto para não se misturar. A missão do discipulador é formar o caráter de Cristo e não salvar! Quem salva é Jesus Cristo! Não podemos ter a síndrome do Salvador. No aconselhamento, é de suma importância guardarmos a nossa mente e as nossas emoções.

O segundo passo é não buscar tratar o que você não tem competência, pois você pode se perder no caminho. E atenção! Se o discipulador se sente afetado, ele deve parar de fazer o acompanhamento e buscar ajuda.