Texto: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (João 15:15,16)

Verdade Central: O discípulo precisa saber se ele é discípulo por circunstância ou vocação. Há uma afirmativa no meu coração de que todos podem ser discípulos, desde que cumpram os princípios do discipulado.

Introdução: O capítulo 15 do livro de João é dedicado ao discipulado no Novo Testamento. Se quisermos encontrar as respostas para como podemos ser um discípulo, veremos que podemos ser discípulos quando seguimos as regras, ou seja, os princípios para o discipulado que criam uma personalidade, uma identidade de quem é um discípulo.

Na semana passada, vimos duas situações que identificam um discípulo: comportamento e linguagem. Hoje veremos a terceira: sonho. E concluiremos entendendo que o Senhor quer nos fazer muito mais que servos, quer nos fazer amigos, um servo-amigo.

3. Sonho

O líder precisa despertar o sonho da vocação no coração do discípulo. Se você é líder, todos que se aproximam de você precisam ter os sonhos que estão guardados, despertados através da sua vida. Se as pessoas que caminham com você não sonham, elas não conquistam.

Quando o movimento russo entrou na chamada do despertamento mundial igualitário, o comunismo, a única coisa que eles pediram foi: Vamos tirar o sonho do povo. Isso porque quando alguém não tem mais nenhum sonho, representa que ela não possui mais nada. Qual o sentido da vida se não existe um sonho para motivar o ser humano a viver?

Se o sonho do povo é removido, a oportunidade de uma geração se descobrir, refazer-se e conquistar é perdida.

Israel é a nação mais perseguida do Planeta, por causa dos sonhos e promessas. Jerusalém é a cidade mais desejada para o monoteísmo, porque executa sonhos. Onde está a execução do sonho, está o desejo de todos. Onde não existem sonhos, ninguém deseja estar.

Todas as vezes que um discípulo se aproximar de você, precisará ter seu sonho despertado ao ver a forma como você vive para Deus, para a família, para o Reino, etc.

A Visão tem o sonho de levar as pessoas a Deus, fazer com que as pessoas conheçam ao Senhor. Se o líder diz estar na Visão e não tem despertado nos discípulos o sonho de conhecerem a Deus e de levarem outros a conhecerem ao Senhor também, faz a Visão de forma incompleta.

Não podemos perder o sonho de ganhar vidas, de libertá-las através do poder de Cristo, de ver as vidas sendo curadas, as famílias sendo restauradas e os lares recebendo um avivamento legítimo através do amor de Deus. Isso é a Visão!

Onde está Jesus se o que você tem realizado não tem gerado salvação de vidas? Se o seu trabalho não tem resultado em vidas transformadas, libertas, curadas e restauradas, Jesus não está nele.

Tudo o que fazemos dentro da Visão precisa ter o sonho maior, que é menos vidas para o inferno e muitas vidas para o Céu. Estou escandalizado ao descobrir que Jesus falou mais do inferno do que do Céu. Jesus falou do inferno para as coisas simples e graves. Jesus falou do inferno até para quem zomba do irmão, para quem vive irritado com o outro. Estes recebem condenação eterna.

Fico assustado ao ver que Jesus falou mais de inferno, porque sei que o que Ele estava fazendo era nos prevenir e advertir uma geração para sair da rota do inferno para entrar na rota do Céu. E o nosso sonho deve ser tirar as pessoas da rota do inferno e encaminhá-las na rota do Céu, para ver cumprido o que a Bíblia diz, que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja do Senhor Jesus Cristo (Mateus 16:18).

Tudo o que fizermos com Jesus tem que gerar salvação. Se o sonho no qual estamos envolvidos não resulta em salvação, é porque ele não tem Jesus. Todo projeto e todo empreendimento que estão em Jesus terão salvação, mas qualquer sonho que não resulte em salvação significa que não está com a visão correta do Reino e que Jesus não está nele.

Servo-amigo

Eu quero ser um discípulo por vários motivos, um deles para deixar de estar apenas na condição de servo para ser um amigo. Eu entendi que quanto mais amigo eu for, mais servo eu serei, mas também descobri que nem todo servo é um amigo.

Jesus não disse que deveríamos deixar de ser servos, Ele disse que já não chamava mais de servos, mas de amigos. A palavra que aparece no texto de João 15 é fileo, tomar conhecimento do que é importante e representa sair das amenidades e entrar no que é importante. É conhecer a importância do Reino, da fé e de tudo o que ele compreende.

Jesus não estava Se referindo ao servo-escravo, mas ao servo-amigo, doulos, aquele que está pronto a servir o Reino e o Rei. O servo-escravo só obedece porque tem medo da punição que pode receber caso contrarie a ordem recebida. O servo-amigo entende quem é o seu Senhor e O serve com alegria. Por isso, eu afirmo que nem todo servo é amigo, mas todo amigo é servo.

Considero que, nessa parte, o discipulado recebe um upgrade. Ser amigo do discipulador vai além de ser um servo que recebe metas, orientações e vive com peso e carga; é saber de algo que é muito mais extenso, como entrar nas particularidades, mergulhar em uma história e fazer parte dela, sabendo o que está construindo e por que está construindo; e, se preciso for, até morrer junto, na certeza de que, juntos, teremos vitória.

Essa é a forma de entender que o discipulado nos leva a ser amigos de Deus e amigos do discipulador. Não há nada mais terrível do que parecer ser, mas não ser. É como um filho que não se sente legítimo, porque nasceu fora da legalidade. Mas aquele que nasceu de novo e decide ser discípulo de Jesus é mais que servo e se torna amigo.

O discipulado de se fazer amigos remove o complexo de que o discípulo está apenas para servir, é um convite ao relacionamento. Existe muita gente que vive tentando descobrir a falha do outro para escravizá-lo, muitos que se dizem ser discípulos. Esses não são amigos. São os discípulos com mentalidade de escravos que querem, diante de um erro, expor o líder para humilhar.

Os verdadeiros discípulos-amigos são aqueles que, no dia da angústia, revelam-se o irmão que está ao lado. Se não cumprirmos essa missão com desvelo e seriedade, não cumpriremos o papel da lealdade no discipulado. Muito mais que ser um servo, precisamos ser amigos do líder e tê-lo como amigo também.

O verdadeiro amigo é amigo de verdade, quando fala a verdade e guarda seus segredos. Aqueles que se dizem amigos, mas revelam o que contamos para eles no secreto são inimigos. Faço essa afirmativa porque sabemos que existem ‘alguns discípulos’ que se dizem ‘amigos’ e não são. Quanto a estes, fazem o papel do diabo para roubar a paz. Eles mesmos se revelam que são como diabo. Nem precisam ler João 6:70, quando Jesus diz: “Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo.”

Infelizmente, isso é possível. Não estou dizendo que isso acontece na sua equipe ou que vai acontecer, que um seja uma espécie de ‘diabinho’. É só agir na carne e no humano. E é por isso que precisamos entrar não no discipulado humano, mas no discipulado divino que cura as nossas ações carnais e nos faz mais parecidos com o Pai.

Quando agimos pelo discipulado humano, entramos nas doenças humanas. Quando agimos pelo discipulado divino, somos curados de todas as doenças humanas. Por isso, precisamos entrar no divino para que a nossa humanidade se complete nEle, em Jesus.

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Plano de Leitura Bíblica

25 Dez
Jó 34
Zacarias 10
Apocalipse 10 e 11
26 Dez
Jó 35 e 36
Zacarias 11
Apocalipse 12 e 13
27 Dez
Jó 37
Zacarias 12
Apocalipse 14
28 Dez
Jó 38
Zacarias 13 e 14
Apocalipse 15 e 16
29 Dez
Jó 39
Malaquias 1
Apocalipse 17 e 18
30 Dez
Jó 40
Malaquias 2
Apocalipse 19 e 20
31 Dez
Jó 41 e 42
Malaquias 3 e 4
Apocalipse 21 e 22