“Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia, e toda a malícia sejam tiradas dentre vós.” (Efésios 4:31)

O texto de Efésios 4:31 mostra que a amargura não está sozinha. Com ela estão a cólera, a gritaria, a blasfêmia, a malícia e tantos outros sentimentos tóxicos não citados, mas que sabemos que existem.

A verdade é que muitas raízes de amargura têm sido geradas em famílias, na mais tenra idade. Isso prejudica a vida do casal e, consequentemente, a vida dos filhos; como se fosse algo cíclico.

Existem homens amargos e amargurados, mas a amargura é um sentimento tóxico mais comum em mulheres. Isso porque elas são mais tendenciosas a guardar rejeição e inferioridade na alma. Como o exemplo bíblico de Mical, uma princesa que tinha tudo para ser uma mulher de êxito ao lado do esposo, mas que, por causa da alma amargurada, sofreu consequências como esterilidade e solidão, devido a rejeição e as turbulências vividas na sua casa.

Mical, uma princesa amargurada

Mical, uma princesa, filha do primeiro rei de Israel, Saul, é um exemplo do que a rejeição pode causar na vida de uma mulher e como a rejeição vivida na família, influencia diretamente o futuro dos filhos.

Seu pai, apesar de ser rei de Israel e um homem poderoso na Terra, dentro de casa, com a família, passou a ser um homem atormentado por um espírito maligno (I Samuel 16:14). Com isso, toda sua estrutura familiar foi abalada. Ele deixou que a amargura tomasse conta da sua vida e passou a perseguir Davi, o seu sucessor, que só lhe fizera bem.

Imagine Mical, como filha, vivendo em meio a todo esse contexto. Ainda na juventude, ela foi entregue pelo pai, Saul, para ser esposa de Davi, fato que muito a alegrou, porque ela amava profundamente Davi. Mas, quando Mical pensou que fosse viver livre da amargura do pai, ela se deparou com o fato de saber que o amor que nutria pelo marido, causava insegurança no pai, que se sentia ameaçado.

Um dia, porque Mical ajudou Davi a fugir da presença de Saul, o pai a entregou a outro homem. “Porque Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.” (I Samuel 25:44). Ter sido entregue a outro homem, só serviu para agravar ainda mais a situação de Mical, que se sentiu rejeitada e a raiz de amargura passou a fazer parte da sua vida.

A vida de Mical mostra que, realmente, é na família que ocorre o maior índice de rejeição. E a prova disso é que mesmo após Davi ser aclamado rei de Judá, e fazer aliança com Abner para trazer de volta sua mulher, que estava casada com Paltiel, tal atitude não foi suficiente para curar a alma ferida e amargurada que tinha.

Arrancada de Palti para ser levada de volta para Davi, Mical amargou mais uma vez ver Palti chorando por sua perda como esposa. Ela acompanha toda aquela cena sem poder fazer nada... Quantas feridas abertas na vida dessa mulher por causa de imprudências dos homens. O que aconteceu com Mical, acontece ainda hoje, com muitas mulheres que são abandonadas como se fossem objetos em desuso.

Amargura gera esterilidade

Mical, a filha do primeiro rei de Israel, é um ícone bíblico de alguém que se tornou amargurada por fracassar em sua vida sentimental e familiar. Infelizmente, o fim dela foi ser uma mulher frustrada e estéril, porque a amargura gera esterilidade.

II Samuel 6:23 é um registro da fatalidade na vida de uma mulher que amou seu marido, mas que, por causa de problemas familiares, viu seus sonhos serem destruídos, pelos erros do próprio pai. “E Mical, a filha de Saul, não teve filhos, até o dia da sua morte.”

Como mulher, Mical carregava uma raiz de amargura profunda na alma, pela dor da rejeição. A amargura fechou o seu coração, por isso não tinha sensibilidade para ser correspondida. Morreu estéril, sem filhos, como consequência de uma mulher que teve sua alma violentada pelos erros do pai. Sua vida tornou-se sequidão de estio.

Tudo o que Mical apresentou, por causa dos fracassos, foi mau humor, críticas ofensivas e frieza diante das situações. Em II Samuel 6, temos uma visão bem esclarecedora. Embora ela conhecesse a Deus, parecia que nada conseguia preencher o coração dessa mulher. Mesmo sendo esposa do novo rei de Israel, ela vivia triste e infeliz. Por causa da raiz de amargura que foi gerada pela rejeição, fortalecendo-se na alma e lhe abateu até a morte, fazendo-a morrer estéril.

A amargura que assolou a alma de Mical foi expressa quando ela viu Davi dançando diante da arca. Nada conseguia alegrá-la. “E sucedeu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi, que ia bailando e saltando diante do Senhor, o desprezou no seu coração.” (II Samuel 6:16)

Em Judá, estava acontecendo um grande avivamento, o Espírito do Senhor estava sobre Judá. O povo celebrava o retorno da Arca da Aliança nas ruas. Os israelitas cantavam e dançavam cheios de alegria em seus corações. E entre eles estava o rei Davi, celebrando a Deus com muitas expressões corporais pelas ruas de Jerusalém. Davi cantava e dançava com gratidão a Deus pelas vitórias concedidas.

Mical observava Davi de longe. A amargura cegou toda a sua percepção e ela não conseguiu discernir que o Espírito do Senhor havia se apossado do seu marido. Ela acabou falando o que não devia e colheu resultado de esterilidade até a sua morte; morreu sem filhos.

O que podemos aprender é que não apenas uma mulher amarga, mas qualquer ser humano de alma amargurada perde a percepção e tende a focar seus olhos só nos fracassos. Mesmo que as pessoas estejam no caminho certo e agradando a Deus, a pessoa amargurada não consegue ver, perceber, porque a esterilidade a faz totalmente insensível, cega no entendimento.

Quantos homens e quantas mulheres estão como Mical, com seus úteros espirituais fechados. Ano após ano, não conseguem gerar vidas, não ganham uma alma sequer para Deus. E ainda assim são críticos para condenar os que estão produzindo. Pessoas amarguradas que conseguem, muitas vezes, desestimular os que estão produzindo no Reino.

Há, em nossos dias, muitos líderes semelhantes a Mical, vivendo uma vida de esterilidade improdutiva no Reino do Senhor. Líderes que não conseguem fazer prosperar nenhum projeto. Não prosperam, não frutificam; só criticam. Ficam como Mical, olhando de longe, da janela, as coisas acontecerem ao seu redor. Porém, da janela das frustrações, veem apenas o que querem ver e apedrejam os que estão vitoriando.

Não nascemos para morrer estéreis como Mical. Não podemos nos deixar ser tragados pela amargura, pelos sofrimentos que maltratam. A alma com chagas precisa de cura. E a esperança está em Jesus. Jesus é a nossa esperança viva, que sara e cura a alma, ajudando-nos a remover toda raiz de amargura.

E se você é pai, e mãe, precisa tomar muito cuidado com os seus filhos. Em parte, tudo o que Mical passou foi por culpa das rejeições adquiridas dentro da sua casa, no lugar que deveria ter gerado segurança na alma dela. E tudo isso porque Saul fracassou como pai.

A família precisa voltar para o seu lugar de origem, de honra. As rejeições familiares são sérias e precisam ser tratadas. Toda rejeição na família causa uma cadeia degenerativa que desestrutura a base da comunhão familiar. É preciso tomar cuidado!

Não permita que a desintegração da base familiar entre no seu lar, na sua casa. Lute contra isso! Não abra brechas, não deixe entrar argumentos, por mais fortes que sejam. Lute contra toda raiz de amargura que entra na alma para provocar esterilidade. Você nasceu para frutificar. Não aceite a esterilidade como algo normal para a sua vida, porque não é. Deus quer levá-lo a outro nível.

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Plano de Leitura Bíblica

25 Dez
Jó 34
Zacarias 10
Apocalipse 10 e 11
26 Dez
Jó 35 e 36
Zacarias 11
Apocalipse 12 e 13
27 Dez
Jó 37
Zacarias 12
Apocalipse 14
28 Dez
Jó 38
Zacarias 13 e 14
Apocalipse 15 e 16
29 Dez
Jó 39
Malaquias 1
Apocalipse 17 e 18
30 Dez
Jó 40
Malaquias 2
Apocalipse 19 e 20
31 Dez
Jó 41 e 42
Malaquias 3 e 4
Apocalipse 21 e 22