Manaus, a cidade que renasce

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 No dia 24 de Outubro, Manaus completa 345 anos, e a cada dia se estabelece como uma cidade próspera, fazendo jus ao seu título ‘Terra do Avivamento’

 A cidade de Manaus teve sua origem na segunda metade do século XVII, com a construção do Forte de São José da Barra do Rio Negro, em 1669, na margem esquerda do rio, cuja finalidade era proteger a região contra a invasão estrangeira. Habitações foram sendo construídas próximas ao Forte, e logo esse ajuntamento foi denominado de Lugar da Barra.

Em 1832, o Lugar da Barra passou à categoria de vila, chamando-se a partir de então de Vila de Manaus. Como começou a assumir ares de cidade, a Lei 145 da Assembleia Provincial Paraense, de 24 de Outubro de 1848, transformou a pequena vila de 20 e poucos mil habitantes na Cidade da Barra do Rio Negro. Assim nascia a nossa Cidade de Manaus, cujo nome foi estabelecido pela Lei 68 de 1856, em homenagem aos valentes índios manaós, que aqui habitavam.

Durante muitos anos, a cidade viveu praticamente isolada. No entanto, a partir do século XIX, com o crescimento do comércio internacional da borracha, cuja matéria-prima, o látex, era abundante nas seringueiras nativas da floresta, Manaós começou a atrair a atenção de homens de negócio de todo o mundo.

No fim do século XIX, vivia-se intensamente o ciclo da borracha. Considerada a cidade brasileira mais desenvolvida e uma das mais prósperas cidades do mundo, Manaós era a única cidade do país a ter luz elétrica e sistema de água encanada e esgotos. O apogeu do ciclo da borracha e fase áurea de Manaós deu-se entre 1890 e 1910, época em que a cidade gozava de tecnologias que outras cidades do sul do Brasil ainda não possuíam, tais como bondes elétricos, avenidas construídas sobre aterros, edifícios imponentes e luxuosos, como o requintado Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o Mercado Municipal e o prédio da Alfândega.

Porém, a bela Manaós, a cidade sorriso, a princesa da Belle Epoque, foi surpreendida pela crise da Ásia. Abre-se uma irreversível concorrência com a borracha plantada e extraída dos seringais da Malásia. Aconteceu o fim do domínio da exportação e se iniciou uma lenta e inexorável agonia econômica. O comércio manauense torna-se definitivamente crítico, as importações de artigos de luxo e supérfluos decaem vertiginosamente e a vida social intensa de luxo e euforia transforma-se em angústia, depressão e miséria.

O tempo passa e Manaós ganha uma nova ortografia: Manaus. A economia local continua a passar por momentos difíceis até cerca de 1967, quando o governo federal, através do Decreto-lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, institui a Zona Franca de Manaus, implementando um novo modelo econômico, baseado na criação de uma área com livre comércio de importação, exportação e de incentivos fiscais especiais.

A Zona Franca passa a ser uma nova arrancada econômica para Manaus. A cidade ganha o comércio de importados e, em seguida, um Distrito Industrial, onde se concentram as novas indústrias geradoras de emprego. Experimenta um novo crescimento demográfico súbito: a população cresce demasiadamente de 200 mil habitantes nos anos 60, para 900 mil, em 1980, cerca de 1,5 milhão, em 2000, e mais de 2 milhões em 2014.

As obras públicas construídas nas décadas de 60 e 70, como a construção do Aeroporto Eduardo Gomes, o mais moderno do país de então, o estádio Vivaldo Lima, a restauração do Teatro Amazonas e outros prédios históricos, revitalizaram a cidade.

Hoje, novamente Manaus renasce com a ampliação do seu aeroporto, a construção da Arena da Amazônia, que recebeu nobremente a Copa de Mundo e se insere na agenda do Campeonato Brasileiro, a edificação de novos prédios e sua projeção nacional e internacional como cidade turística. 

Esta cidade exuberante, de povo hospitaleiro, calor surreal e símbolo da natureza é a cidade onde decidimos morar, que nasce e renasce no coração dos seus habitantes, e que se estabelece a cada dia como Terra de Avivamento!

Parabéns, Manaus, pelos seus 345 anos!