A desintegração da família através da Pós-modernidade

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A família, de uma maneira geral, e, em especial, as famílias cristãs, têm sido bombardeadas e atingidas  diariamente pela grandiosa expansão da Pós-modernidade nesta geração. Valores familiares, princípios éticos e sociais  e até posturas espirituais têm sido influenciados diretamente por esta nova configuração social. Mas o que é a Pós-modernidade? O que é isto que  tem afetado tão drasticamente as sociedades e fragilizado as bases da estrutura social mais bem elaborada por Deus que é a família? 

Pós-moderinidade, de forma simples e clara, nada mais é do que uma nova configuração cultural, cheia de novas ideologias, novas percepções filosóficas e novas dimensões espirituais, vivida atualmente pelas sociedades, que tem mudado o nosso mundo e a nossa forma de pensar e viver no mundo, especificamente a partir da grandiosa revolução dos anos 70. 

O  mundo mudou, "evoluiu" e tornou-se uma aldeia global, todo mundo junto ao mesmo tempo com as mais variadas categorias e estilos de vida. Não há mais modelos a serem seguidos, não há mais paradigmas para nada. O mundo perdeu referênciais, ficou fragmentado. Hoje em dia, cada pessoa faz o que quer, onde quer, quando e com quem quiser. Há diferentes tendências, mas não uma moda ou um padrão único. Os valores mais tradicionais da família foram deixados de lado e agora família é qualquer ajuntamento entre algumas pessoas não necessariamente de gênero oposto para viver a dois, pois o "importante é ser feliz". 

Na geração pós-moderna, há uma grande fragmentação do tecido social. As sociedades tornaram-se uma colcha de retalho, um pano com várias emendas. Surgiram, desde então, novos arranjos dos modelos tradicionais da família, que fogem completamente aos padrões divinos estabelecidos por Deus. Novas formas de ser "família". Até o século XX eram comuns as famílias nucleares (pai, mãe e filhos). Mas hoje a família pode ser desde uma simples família mosaica (filhos oriundos das diferentes relações dos pais todos morando juntos na mesma casa), a uma estranha “família gay” que até adota crianças e vive a vida “normalmente”. 

O capital, ou seja, o dinheiro tem valores fundamentais dentro desta nova configuração social. O financeiro dita normas, valores, usos, ética, vida espiritual, costumes, quem sou e o que viremos a ser. O dinheiro é a chave de tudo e está acima de tudo. 

Nesta nova era, há um grande  avanço das mais diversas pesquisas, muita informação, informática avançada e comunicação expansiva, além da alta modernidade e expansão da quebra de mitos e padrões religiosos rígidos. Para complicar mais ainda, temos Hollywood como um ditador americano mundial de um novo padrão moral ultraliberal e antibíblico que estabelecem um estilo de vida descomprometido e só estampa na tela os modelos familiares disfuncionais. 

A que ponto chegamos e aonde nossas famílias vão parar se não tomarmos uma postura com base na Palavra de Deus para impedirmos que a Pós-modernidade destrua os valores eternos estabelecidos por Deus para a perpetuação de sociedades saudáveis? Veja como a Pós-modernidade se infiltra sutilmente corroendo os fundamentos de uma família bíblica. 

Atuação no casamento 

Hoje as pessoas não casam mais só porque amam umas as outras ou porque querem constituir família. Muitas pessoas buscam nos casamentos apenas segurança financeira. Casam na via de quanto vão se dar bem e quanto vão ganhar com isso. É mais importante a condição financeira  do que viver feliz emocionalmente. 

A vida a dois 

Enfim, “vamos casar, se não der certo, separamos”. Essa filosofia norteia os casamentos da Pós- modernidade. Os valores da preservação do núcleo familiar são apenas ecos do passado. Tambem é normal hoje encontrarmos crentes dentro da Igreja e até grandes líderes que se divorciam por questão de incompatibilidade de temperamentos. Onde Deus está nesta história de "amor"? Tornou-se comum, dentro da Igreja, os divórcios que já estão na mesma média das pessoas do mundo. O Deus que abomina o divórcio, dentro da Pós-modernidade, parece que  tornou-Se complacente e entendedor de dores mais profundas desses “pobres corações sofridos”, que só descobriram que fizeram uma escolha ruim após o casamento. 

Criação de filhos 

A pressão socioeconômica e a maldita necessidade de possuir tudo que agrada os olhos e favorece conforto, tem arrancado pais e mães de dentro de casa. As longas jornadas de trabalho, horas extras, serviço extra, bico extra, qualquer coisa extra, que gere um dinheirinho a mais é o que importa. Pais ausentes nos lares tornaram-se o fator número um de grandes distâncias e conflitos de gerações. Os filhos são criados por todo mundo, menos pelos pais, além do que a realização profissional para as mulheres desta geração é mais importante do que a educação e cuidado com sua família. Os filhos comem em seus quartos ou na frente da TV. Papai e mamãe  estão tão cansados que mal podem perceber aquelas pequenas criaturas dentro de casa. Além da Internet que é concorrente do bom relacionamento familiar e trazem as picantes imagens sensuais dos sites pornôs abertos para qualquer idade. A Pós-modernidade é uma das eras mais cruéis e dilaceradoras enfrentadas pelas famílias modernas. 

Finanças 

Como já mencionamos, o importante é ganhar bem, não importa o que você faz, com quem faz e quantas vezes faz. Caráter? Isto não é importante, a vida é mais dura e este valor moral não tem espaço quando se tem que alimentar tantas bocas. Não é à toa que vemos vários crentes negociando princípios eternos, jogando em lata de lixo os valores morais em busca desesperada pela tão sonhada prosperidade financeira. Não importam os meios, o importante é que dê certo e “Deus vai abençoar, porque entende as necessidades de Seu povo”. É comum ver crentes envolvidos em processos desonestos, negócios desonestos e falcatruas. 

Vida na Igreja 

Múltiplas verdades (particularizadas). A quantidade de Igrejas que vão nascendo e surgindo com verdades próprias é gigantesca. Qualquer pessoas sai do seu canto e faz um modelo particular. Igrejas das mais diferentes esferas, para vários tipos de gosto, tudo na mesma rua. A religiosidade está em alta. A verdade é Maomé, Buda, Nova Era... Cada um defende a sua “verdade”. O fenômeno interdenominacional atinge todas as classes sociais, oferecendo Igrejas para todo e qualquer gosto ou classe social. Os crentes domingueiros só querem ouvir o que lhes agrada, e  se não gostam do estilo da pregação ou dos sermões mais duros, buscam outras Igrejas mais compreensivas. Tais Igrejas da Pós-modernidade têm o pacto da mediocridade de manterem-se silenciosas diante do pecado, “pegar leve” com as questões morais e negociar o inegociável: a santidade. Líderes mal intencionados criam Igrejas de Mercado em que a sua membresia vira clientela que deve ser atendida da melhor maneira possível. Além de tudo isso, o sincretismo religioso embutido, por conta da realidade do povo, mistura o profano com o sagrado. É a geração de "Deus nos acuda". 

Como sobreviver em família na Pós-modernidade 

Diante desta triste realidade enfrentada pelas famílias e pela Igreja nos dias atuais, e por nós, gente de carne e osso, e espírito regenerado, que espera a redenção do nosso Senhor, devemos ter na Bíblia nossa fonte de inspiração única e absoluta sem jamais negociar os princípios eternos de Deus. 

Deus disse que não devemos nos conformar com este mundo. Temos que nos transformar pela renovação de nossas mentes (Romanos 12:1,2). 

Deus é um Deus atemporal e o que Ele disse ontem, no passado distante, permanece hoje, e amanhã, no futuro distante. Assim sendo, Deus não muda, muito menos os Seus princípios e valores. As sociedades, sim, mudam, e perdem direção sempre, além de serem passageiras. 

Temos que lutar e viver pelos modelos mais ortodoxos bíblicos deixados por Deus. Noé enfrentou uma sociedade pecaminosa que tinha recebido influências ditadas por demônios a ponto de Deus decidir destruir toda aquela geração pelas aberrações vividas em tais sociedades daquela época. Você acha que estamos muito diferentes? Não podemos receber e aceitar esta geração pós-modernista achando que todos os seus hábitos, costumes culturais e padrões sociais sejam algo novo e moderno que devemos aceitar como parte comum de nossas vidas. 

Precisamos caminhar norteados com os princípios de Deus e os valores corretos. Precisamos resgatar os valores familiares: sentar juntos, compartilhar, ouvir os filhos, ensinar a Palavra dentro de casa, respeitar os pais, criar parâmetros para nossos filhos mostrando o que é certo e o que é errado que eles têm visto em suas escolas e meio social.  

Enfim, mais do que nunca, devemos ter os olhos fitos no Senhor e nossos pés calçados e firmados no Evangelho, lutando pelos valores corretos, vivendo de forma íntegra e que agrade a Deus. Devemos ser incontamináveis, como luzes de um grande luzeiro que brilha no negro mar desta sociedade corrupta e perdida, sendo ponto de resgate para as famílias que em nós encontrarão porto seguro pela pessoa do Senhor Jesus Cristo. 

Apóstolos Arão e Ester Amazonas