O Reino de Deus chegou a nós! Parte Final

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Vimos na semana passada que anunciar ‘O Reino de Deus chegou’ é desafiar uma geração a promover o Rei e o que Seu Reino tem e exige de cada indivíduo que deseja mergulhar nessa promessa e consolidar esses princípios. Ninguém melhor do que Jesus e o Apóstolo Paulo para ensinarem sobre os princípios que devem ser vividos e o que precisa ser eliminado, apresentando o que é o Reino e o que não é o Reino. 

Em Romanos 14:17, Paulo diz que o Reino de Deus não é o que nós pensamos, mas o Reino de Deus é o que o Rei exige. “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17) 

2. O Reino de Deus não é comida 

Agora que você sabe como os reis e imperadores procediam, inclusive matando cristãos para divertimento deles e do povo, em meio a orgias de glutonarias, pode assimilar melhor esta palavra: O Reino de Deus não é comida. 

Paulo adverte a Igreja dar as costas para Roma, para sua cultura hedonista, e se voltar para os princípios solenes e sagrados, rompendo com os cultos pagãos que, na verdade, são conservados até hoje em Roma, com outra roupagem, para ludibriar a mente dos súditos e escravizar um povo tão nobre. 

Paulo fala de comida como sinal do reino para os pagãos, e adverte a Igreja que a vida em Deus não é comida, isto é, não é um culto onde se oferece aos deuses alimento, como culto a Dionísio e Esculápio, como a Baco, deus do vinho. Nesses cultos, havia orgias, bacanais em troca de curas e favor do priapismo, intensidade de imoralidade e a petição era feita após oferecer muita comida a ídolos. “Portanto, meus amados, fugi da idolatria.” (I Coríntios 10:14) 

Quero explanar um pouco sobre fagos, que em grego é comer, alimentar-se, saciar-se, sentir desejo, provocar prazer. Essa palavra tem uma junção com outra palavra que se torna uma importante revelação para descobrirmos sobre esse hedonismo que entra no nosso arraial: sarkófagos. Sarkós (carne), Fagos (alimentar), ou seja, alimentar-se de carne. 

Você percebe como as coisas são tão claras? Pois é, o sarcófago não é um ataúde para colocar um defunto tão-somente, mas expressa o prazer daqueles que já estão na sua opcional sepultura se alimentando de carne. Essa palavra carne não é soma, mas sarkós, que é dar liberdade ao pecado.  Quantos nós conhecemos que estão no Reino, como se fossem de outro reino! “Meu reino não é deste mundo; (...) meu reino não é daqui.” (João 18:36). Somos uma geração que decidiu viver a verdade do Reino que tem de fato um Rei. 

3. O Reino de Deus não é bebida

O deus do vinho, para os gregos, Dionísio, para os romanos, Baco, era celebrado em Roma, e, pela embriaguez, muitos entravam na dimensão sarkosista, e traziam grandes agravos sociais. Eram orgias de todo tipo, regidas pela comida e bebida, pelo prazer hedonista. Entrar numa cultura para pregar o Reino, que não oferece essas idiossincrasias, não era tarefa fácil, pois o povo já havia absorvido a cultura pagã. 

A bebida era algo sagrado e consagrado aos deuses. Era um ritual de grande magia para aquele povo, pois a bebida fazia parte do dia a dia, e era o que promovia alegria, paz e justiça. Paulo trabalha na rota da contracultura, para esclarecer quem eram os mentores desses rituais, para confrontar e estabelecer novos paradigmas. A Igreja tinha que nascer, e, com ela, os seus novos hábitos. 

Conhecer a Deus não é tarefa fácil para quem não deseja romper com a carne, sarkós, pois entrar pela rota do fácil é mais tranquilo, e agradar a todos é mais político. Porém, caminhar na contracultura, sendo indigesto na geração das facilidades, traz um desconforto para si e para aqueles que o seguem. 

Jesus disse: “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” (João 4:34). “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (João 7:37,38). 

4. O Reino de Deus é paz, justiça e alegria no Espírito Santo 

Paulo passa, então, a explicar o que é Reino de Deus, pois o povo vivia em um contexto de alucinação; eram levados à alienação mais densa, tentando viver à margem da proposta de Cristo e do ensino da Igreja. 

Naquela época, o povo vivia em guerra, e não tinha como estabelecer paz. Os reinos prometiam justiça, mas essa nunca chegava; o povo era extremamente oprimido e injustiçado, e clamava pela alegria de discurso, que a guerra havia acabado, pois o reino era de proposta humana e não da verdade divina. 

Paulo, emergido de sabedoria, tenta buscar a revelação mais aproximada, para marcar a mente de uma geração e ministrar ao espírito daquele povo, falando exatamente o que cada um precisava ouvir e não o que queria ouvir. Onde está a Paz? Onde está a Justiça? Onde está a Alegria? Com certeza, essa abordagem criou uma expectativa para esclarecer o que é Reino e desmistificar o que não é Reino. 

No passado, nos dias pós-Jesus, nasce a expectativa de uma verdade central, nasce uma geração a partir dos romanos, dominadores implacáveis, que faziam os seus templários entrarem, em nome de Deus e de Cristo, nos lugares mais horrendos, estimulados pelos cruzados, para exterminarem povos e inocentes. 

Agora, como pode em uma região, onde Paulo ministrou o verdadeiro Cristianismo, pessoas adoecerem nesse nível e usarem o nome de Jesus para fortalecer os seus reinos particulares em função da miséria alheia? Nascia, nesse reduto, um novo conceito de Igreja. Esses líderes, estimulados pela doutrina sã e pura, ministrada por Paulo, na força do poder do Espírito, apagam as páginas sangrentas e constroem uma nova história, como pagadores de dívidas. 

O Reino de Deus é Paz, Justiça e Alegria no Espírito Santo. Como apresentar um Reino se as pessoas não conheciam o que se estava propondo: a paz, a justiça e a alegria? Como entrar nesse projeto do Reino, se não sabemos quem é o Espírito Santo para nos ministrar essa alegria? Então, é um reino epicurista, sofismável, distante e inatingível? Não! É um Reino possível, capaz de fazer muito mais do que se está sendo oferecido aqui, pois Seu Rei vive e reina, e Seus príncipes governam. 

Porém, esse Reino é diferente de tudo que se possa oferecer nestes dias, e nos dias antigos. É uma proposta atualizada, para que uma geração viva a maior intensidade do que já se fora propagado e imaginado neste tempo hodierno, pois a Palavra não caducou, e a manifestação do Reino de Deus não é hedonista, doente, efêmera, mas cheia de vida e de caráter irrepreensível. 

Falar que o Reino de Deus chegou libera uma missão sem precedentes para a Igreja de Jesus, pois a Palavra nos revela a audácia do diabo quando oferece a Jesus todos os reinos em troca de adoração (Mateus 4:8,9). Exatamente quando Jesus está sendo tentado por escassez de pão e água, após um jejum de 40 dias, o que o inimigo lhe oferece? O hedonismo em troca de poder; se Yeshua lhe desse o Reino de Deus, ele lhe daria os reinos da Terra. 

Jesus vence a tentação e diz: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” (Mateus 4:10). Uma forma de adoração servindo a autoridade constituída para aprovação do caráter de servo. O que podemos ver é que quanto mais ungidos, consagrados e santos nós formos, mais níveis de tentação entrarão no nosso reduto, pois o inimigo quer testar a nossa fidelidade e honra para com o nosso mentor, e fragilizar o que temos de mais solene, a nossa unção, que não pode ser negociada. 

Vemos que Jesus mostrou na prática que por Ele não ser sarkosista, Ele poderia dizer a Satanás ‘retire-se daqui, porque só ao Senhor adorarás, e só a Ele servirás’. Isso mostra que cada um será tentado no seu nível, para que o Reino seja estabelecido. 

Você consegue entender essa verdade? Então, deixe que o Reino de Deus seja maior que seu reino particular, e vamos dizer ao apresentador do pão da nossa escassez: ‘Saia do meu território, porque está decidido a Quem eu sirvo’. Se isso for verdade, o Reino chegou à sua vida e o Reino de Deus chegou à Nação.