Uma família firmada na Rocha - Parte 1

on . Posted in Estudos para Células

“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.” (Mateus 7:24-25)

O ministério de Jesus é marcado por diversos discursos direcionados às famílias. Vemos claramente isso na ministração do Senhor diante de uma multidão no sermão do monte. Ali havia muitas famílias ansiosas por uma palavra vinda de Deus que lhes dessem uma solução para os seus casamentos.

A Bíblia está recheada de menções ao assunto família. O primeiro capítulo do primeiro livro da Bíblia, Gênesis, identifica a formação da família. O livro de Malaquias termina falando de restauração da família.

O primeiro livro do Novo Testamento, Mateus, começa falando da genealogia familiar. O primeiro discurso de Jesus retratou os princípios éticos e morais, e culmina falando para as famílias. Como consequência disso, começa visitar as casas, as famílias.

O último livro da Bíblia, Apocalipse, em seu último capítulo, fala da restauração de uma família chamada planeta Terra. Tudo começou com uma família e tudo vai terminar com uma família. Tudo começou com um casal que gerou uma família e vai terminar em uma família restaurada no Último Adão, Jesus. Isso deixa claro a todos que o discurso de Deus é a família.

Jesus, por ordem divina, não era casado, porque era o Messias e não podia ter uma genealogia física. Jesus não teve uma herança na carne para que seu ministério não fosse da carne. A restauração dEle era uma restauração do espírito. Cumpre em Abraão o decreto de Deus de que seriam multiplicadas as famílias da Terra, mas por intermédio do Messias, as famílias seriam restauradas. Abraão veio para multiplicar, o Messias veio para restaurar.

Somos descendentes de Abraão, então vamos multiplicar. Já que temos o Messias no coração, por essa herança e aliança, vamos restaurar. Gálatas 3 diz que a mesma semente que estava em Abraão está dentro de nós por intermédio de Jesus para multiplicar e restaurar. Aqui não fala só da multiplicação na carne, mas a multiplicação no espírito. Uma multiplicação na carne tem apenas as questões da carne, mas com a restauração do espírito, colheremos o fruto do Espírito.

Casa, templo e tabernáculo

O primeiro casal – Adão e Eva – teve a promessa de que Jesus restauraria a família. Na sequência, temos Noé, Abraão, Moisés, Josué. Você pode perguntar: E Elias? Mas chega ao capítulo 4 de Malaquias, versículo 5, Deus diz que Elias era um profeta da família.

A Bíblia diz que nos últimos dias viria uma unção de Elias, uma unção profética só para restaurar casamentos, para converter corações de pais aos filhos, de filhos aos pais, corações de família.

Jesus queria ensinar o que é casa no contexto bíblico. Talvez você diga que casa é uma estrutura física formada por algumas paredes bem trabalhadas com um telhado em cima. Essa é nossa interpretação física de casa, mas Jesus ensinava para um povo nômade que morava em cavernas e tendas; um povo que tinha como referência de cidade, Jerusalém, e não tinha intenção alguma de construir casas.

O povo vivia em tendas porque quando o lugar passava por algum tipo de escassez, eles se mudavam para outro lugar para buscar suprimento. Então, o público de Jesus era de pessoas que viviam em cavernas, grutas, tendas no deserto.

Podemos imaginar o que Jesus queria dizer para a cabeça de um nômade, para alguém que só tinha como referência de família e cidade Jerusalém? Eles tinham realidades distintas daqueles que tinham suas casas e residências fixas. Falar de uma coisa que é conforto para mim e desgraça para o outro é muito fácil. Precisamos falar de coisas que sejam tanto dificuldade para mim quanto para o outro.

Jesus fala de uma casa estável construída sobre a Rocha. Ele não diz o tipo de material para a construção da casa, mas dá as pistas dentro do contexto de mentalidade de deserto. Aqueles homens conheciam a mentalidade de deserto e sabiam o que Jesus estava dizendo. Tanto sabiam que ficaram maravilhados com a Sua doutrina.

Casa, no sentido hebraico, tem três conotações. Primeiro, moradia em deserto, em cavernas e em habitações de pedras. Segundo, casa tinha o entendimento de tabernáculo. Terceiro, casa poderia ser compreendida como templo. Por isso, o povo ia para o templo com satisfação, porque entendiam que ali era a casa de Deus, que era a casa deles. Precisamos receber essa profecia que a casa de nosso Pai é também a nossa casa, pois somos Seus filhos.

Jesus está falando de casa como estrutura física e depois fala que essa estrutura precisa ser habitada por família. Aqui entra o contexto familiar. A meta não é levar a família para o templo, é trazer o templo para a família.

A meta não é levar a família para o tabernáculo, é trazer o tabernáculo para a família. A meta não é levar a família para o deserto para entender o que é ser nômade, mas tirar a família de uma habitação insegura e trazê-la para uma habitação firme.

O discurso de Jesus não foi improvisado. Ele estava ali materializando a Boa Nova do Pai, dizendo que eles poderiam ter uma casa firme. Ele estava falando de verdades bem próximas a realidade deles. Tudo o que Jesus falava ali entrava no coração. Quando Ele fala sobre o homem sábio e o tolo, aborda a realidade de alguns que sofreram catástrofes, porque não vigiaram com sabedoria.

Continua...