O companheirismo no discipulado - Parte 2

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Texto: “Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a parte ensino em cada igreja.” (I Coríntios 4:17)

Verdade Central: O discipulado, como o nome mesmo diz, é ter discípulo ao lado, ou seja, caminhar em companheirismo. O discipulado é companheirismo, é compartilhar, pois não retém a sua formação para si só. O discipulador não é ermitão, solitário; não procura seus próprios interesses; não vive em soberba. É um ensinador, um incansável guia; é fôrma pronta para formar.

Introdução: O companheirismo é a ação de estar com o companheiro. Não é estar com alguém apenas, como dizem os dicionários, de uma forma superficial. Muitos podem estar com alguém apenas por estar, mas não haver entre ambos companheirismo.

 

Na semana passada, analisamos algumas relações de companheirismo na vida do patriarca Abraão, e daremos continuidade neste estudo.

 

1.2 Abraão X Ismael – o fruto da própria vontade

Depois que Deus tira Ló da vida de Abrão, ele cai novamente no erro. Dessa vez, a adversidade que ele enfrenta não é mais de fora para dentro, mas de dentro do próprio corpo, seu filho Ismael.

Ismael é o filho da desconfiança. Abraão não perseverou em fé para gerar aquilo que era legal. Como para Abraão, o filho da nossa desconfiança pode ser aquele discípulo que trazemos para a equipe de outra Igreja ou de outra equipe.

É interessante observar que Ismael não caminha com o discipulador. O destino de Ismael é morrer e ser redimido no deserto. Deus nunca desprezará um discípulo porque o discipulador está na rota errada, mas Deus permitirá que ele vá para o deserto.

Deus mandou Abraão despedir Agar e Ismael. Ele, com o coração ainda apegado, despediu a mãe e o filho. O Senhor os enviou para o deserto e quando o alimento cessou e a água acabou, Agar deixou seu filho debaixo de um arbusto. Neste momento, tudo estava do jeito que Deus queria: Abraão renunciou, Sara renunciou e Agar renunciou.

No momento em que parecia que Ismael estava morrendo, Deus providenciou o livramento. Quando você tem em sua companhia alguém que não é da vontade de Deus, esse discípulo será como Ismael. Saiba que o Senhor mandará que você o envie para passar todo o processo do deserto.

Devemos tomar cuidado, pois teremos Ismael em nosso meio se quisermos ‘pescar’ na célula do irmão ou na equipe do outro. Quando um líder gera um discípulo, ele tem a certeza de que ganhou aquela vida, consolidou-a, portanto é filho, é o discípulo que o Pai trouxe para ser bênção e para que, de maneira nenhuma, haja perda.

Ismael era alguém que Abraão desejou, mas Deus queria que Abraão tivesse Isaque. É muito fácil conseguir Ismael, ele vem rapidamente, Isaque não. Isaque pode até demorar, mas vale a pena pagar o preço da espera, pois ele é o filho que gerará uma multidão como as estrelas do céu.

Deus tem uma semente correta dentro de cada discipulador. Os filhos que você terá serão aqueles que legitimamente o Senhor lhe dará, e os seus companheiros de discipulado serão aqueles que Deus estabeleceu para sua liderança. Se eles são seus filhos, se foi Deus quem os enviou para você, eles gerarão outros filhos na velocidade do coração de Deus.

Quero desafiar você a observar o seu arraial e ver se não existe ali um Ló, um Ismael que ancorou na sua tribo. Todos nós queremos discípulos e filhos segundo o coração de Deus, então receba com mansidão esta palavra, pois o Senhor quer nos trazer ajuste e maturidade.

 

1.3 Abraão X Isaque – a concretização do sonho

Quando olhamos para Isaque, vemos que ele é o filho da alegria. Isaque foi a concretização do sonho de Abraão. E, em tendo Isaque, ou seja, os companheiros ideais para nossa vida, o Senhor não quer que os tratemos como prisioneiros, como se fôssemos donos deles.

Isaque não pode ser colocado em uma gaiola. Quando Abraão estava muito cheio de alegria, Deus veio e pediu Isaque em sacrifício. Ainda que tenhamos os nossos filhos legítimos, eles não são nossos, são de Deus e precisam estar no Altar do sacrifício do Senhor.

Para entrarmos na Visão Celular, precisamos ter a consciência de que tudo é de Deus, os filhos são dEle, pertencem a Ele e, para isso, devemos ter humildade. Deus está-nos dando ingredientes e nos alertando que só teremos êxito se tivermos essas qualidades do Reino. Todos queremos ser discipuladores de êxito e só alcançaremos isso caminhando pelas pisadas do Mestre.

Não andemos em busca de Ló nem de Ismael em nosso arraial. Que o nosso desejo seja o de gerar Isaque, mas não para tê-lo como posse, como propriedade exclusiva. Veremos Isaque como cumprimento da promessa, tendo a honra de cuidar dele para Deus.

Quantas vezes encontramos líderes que enchem a boca para falar sobre a quantidade de discípulos que têm, e o fazem com soberba. Estes ainda não aprenderam que precisam se tornar, para os discípulos, uma espécie de Abraão, pai da fé. Estão mais para Faraó, querendo construir pirâmides para o próprio nome, para se tornarem ilustres na Terra.

É preciso tomar muito cuidado, arrancar essa tirania do coração e entender que os filhos espirituais são filhos de Deus. Deve-se expulsar os filhos de Ramsés e deixar que o modelo seja implantado no meio da liderança.

Quando temos a companhia inadequada, os resultados são sempre de confusão, deserto. É só analisarmos como os pastores de Ló faziam contendas com os pastores de Abraão. Quando falamos que existem discípulos Lós, não estamos falando em fatalismos, ou seja, aquele que tem certa característica não muito boa, não é isso. Estamos falando das más formações que podem e devem ser tratadas.