Honrando os pais espirituais, honrando a Deus

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“Porque, embora, vocês tenham mentores incontáveis em Cristo, vocês não têm muitos pais, porque eu me tornei o pai de vocês em Cristo Jesus através do Evangelho.” (I Coríntios 4:15) (Olive Tree)

Conceituar um pai no modelo da Palavra é muito forte para uma geração que perdeu o princípio e a referência de como se mover em Deus, o Pai Modelo.

A palavra mais dura no discipulado foi quando um discípulo sugeriu o descartar do discipulador. Felipe, um Apóstolo, com todo seu currículo de homem eleito para o Apostolado, cuidado e ministrado por Jesus, homem que tinha aproximação com o Mestre, faz-Lhe a observação mais difícil de um Pai espiritual ouvir: “Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.” (João 14:8)

‘Mostra-nos o Pai, e isso nos basta’ é uma expressão ligada a encerrar a questão. O maior problema da humanidade está na falta de relacionamento com o Pai. Os Apóstolos são pagadores de dívidas e podem restituir de forma saudável essa lacuna e devolver alegria restauradora ao coração de um órfão espiritual.

Mas, como os Apóstolos, pais espirituais, pagarão essa dívida se muitos estão endividados e não têm esse relacionamento saudável com o Pai, ou não tiveram uma comunhão com seu genitor? Como poderão ser bons Pais? Será como Felipe, que se uma parte do discipulado se completa, dispensa seu Líder?

Felipe dispensou a paternidade de Jesus: Isso nos basta! Não precisa mais nos discipular, cuidar de nós, nos ministrar. Jesus disse: Felipe, eu estou tanto tempo com você e você não me conhece ainda? Quem vê a mim vê o Pai, quem vê o Pai vê a mim porque eu e o Pai somos a mesma pessoa.

Existem Apóstolos, que são gerados, cuidados, ministrados, libertos, curados e restaurados (na verdade, são construídos!), e, quando estão prontos, descartam o pai. Desonra! A desonra chama à existência a catástrofes difíceis de administrar.

Esse é um conceito apostólico... Se fôssemos estudar as característica comportamentais de Felipe, veríamos exatamente quem ele era para fazer uma pergunta dessas. Foi ele quem confrontou Jesus na multiplicação dos pães e peixes. “Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? Mas dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que havia de fazer. Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco.” (João 6:5-7)

Os Apóstolos são conhecidos como Pais da Igreja desde os primeiros séculos, embora a ideia espiritual de paternidade tenha surgido do Pai Abraão que nos mostra que no mundo espiritual as gerações são marcadas pela paternidade.

Se não formos uma identidade saudável na direção das pessoas que confiam a nós o coração, talentos e dons, e se deixam ser cuidadas, podemos traumatizar a expectativa de pessoas que acreditaram que somos boca de Deus e apontadores de caminhos para elas.

Afirmar que temos pais espirituais é bom, embora com alguns mentores que podem nos auxiliar em vários tipos de unções e direções ministeriais, porém é um PAI quem cobre, protege e dá segurança para termos um ministério fora dos riscos de heresias ou desvios do foco.

Primeiro – Abraão é o Pai da fé

Abraão estabeleceu uma aliança com Deus e teve como recompensa uma longevidade por causa da honra, estabeleceu territórios novos na geografia da sua alma, da família e também na conquista de uma nação.

Como Pai de Multidão, ele só tinha uma promessa. Enquanto não mergulhou no princípio da honra, a promessa não se manifestou. Quando entrou no princípio da honra, a palavra e a promessa se cumpriram. A alma se ampliou, a família chegou e apontou de Dã a Berseba os ilimitados territórios devido o exercício da honra. Onde tem uma honra cumprida, tem também o direito de um território conquistado.

Segundo – Deus como Pai doutrinador

Deus marcou um encontro com o Homem (Adão), e quando chegou, ele não estava lá. Bat Kol, Deus o chamou e o procurou, procurou Adão e Eva no Éden para mostrar a revelação do relacionamento, mas a desonra introdutória estava na ausência. Presença fala mais do que palavras! O que a presença expressa, a ausência diz tudo.

Não confio em um líder que não comparece para honrar seu pai em convocações que são estratégicas. Não acredito em líderes que fogem do compromisso que envolve a credibilidade na expectativa, que quebram a convocação do pai, salvo algumas exceções.

Terceiro – Jesus, um Pai amoroso

Jesus revela a Filipe que Ele é Pai, tem a essência do Pai e é um líder atento em cumprir a missão do Pai. “Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” (João 14:9-18)

Procurando Seus filhos

“Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer?” (João 21:5)

Essa declaração, ‘filho’, no hebraico, Ben, ou no Grego, Yhiú, mostra a identidade de um pai amoroso, que estava atrás dos Seus filhos para honrarem a tarefa que lhes fora confiada. Porém, Ele os encontra desistidos e voltados às funções do passado.

. Pedro – Representava o Apostolado da Igreja, com a autoridade de ser o Líder General da Igreja de Jesus, uma missão apostólica designada no nível patriarcal e que não poderia jamais ser negligenciada. Um Apóstolo desistido. Olha o nível de comprometimento que ficamos lá no passado com uma matriz apostólica descomprometida com a missão que lhe fora confiada por Jesus.

. Tiago – Um discípulo que representava a Família, alguém que tinha a legitimidade de representar a casa, a família e agora estava na rota equivocada. Uma desonra!

. João – O discípulo amado. O Apóstolo do discipulado, aquele que tinha as revelações mais intrínsecas de quem era Jesus, companheiro e se autoproclamava o AMADO.

Bem, um comprometimento apostólico nas três esferas mais relevantes da história do Reino. Desonra! Por uma distração, estava em jogo a credibilidade confiada aos Apóstolos, e um comprometimento desviado pela proposta de um Apóstolo Verdadeiro. Na verdade, o Primogênito dos Apóstolos, o que Jesus confiou diretamente o histórico apostólico nas mãos dele, agora desviava a Família e o Discipulado do propósito. Desonra ao Pai.

Por que Jesus não só chama pelo nome, nem de pescadores, mas os proclama FILHOS? Está aqui a identidade de Filho e Pai, e Pai e filho. “Filhos, vocês têm alguma coisa para comer?”. Segundo os históricos Bíblicos, na Cultura Hebraica, ninguém poderia chamar a outrem de Filho se não tivesse autoridade plena sobre eles. Por isso, um dos motivos dos discípulos desconfiarem, foi porque Jesus deu a pista no Bat Kol, uma chamada amorosa que não falta autoridade sobre o que estava sendo convocado.

A Honra ao Pai

Só podemos honrar se percebermos que quem está sobre nós tem essa autoridade de governo. E, em submissão, redemo-nos a esse manto.

Jesus, quando ressuscitou, estava procurando os discípulos Apóstolos, e onde eles estavam?  Pescando, estavam desistidos... Entra o Bat Kol, e Ele os chama de volta: Voltem para o propósito! Quem estava desviado do propósito? Os Apóstolos!

Os Apóstolos, a matriz, aqueles que tiveram as experiências mais inusitadas, transcendentes com Jesus, agora estavam fora do proposto por uma inadvertência. Distrações tiram líderes do propósito e os devolve ao passado.

A forma de honrar um líder

Kavod, honra, confiar, submeter-se à instrução, estabelecer alianças. Quando um filho confia no Pai, ele tem prazer de estar junto. Mas essa confiança pode ser roubada! Às vezes, o filho conversa mais com os estranhos do que com os genitores. Por quê? Às vezes, o filho confia mais em outras lideranças do que no pai autêntico. Por quê?

A questão da honra não é um exercício fácil, é uma aprovação de um caráter tratado que é colocado à prova. A honra é um convite à prova. Ninguém que declara honra vai estar isento de um teste. Deus prova Adão e Eva, pois a natureza estava contaminada com o veneno da serpente.

Jesus, o Pai, restitui os filhos Pedro, Tiago e João, porque tinha o antídoto contra as picadas da serpente. Ele libertou os Apóstolos das fugas das rotas que comprometem o apostolado. O pai vai atrás e traz de volta, é uma rota do pródigo apostólico. Alguns totalmente fora do propósito.

Quem quer falar de Honra precisa se render ao princípio: Presença. Quem não se sente honrado com a presença de filhos que ama? Quem não se sente afrontado com a ausência daquele que instruiu? A presença fala mais que as palavras.

Deus gosta de ser honrado! Precisamos aprender a entrar na presença dEle para que a honra seja confirmada. A honra é o princípio que move o Planeta. Céus, Terra e instituições são regidos pela honra.

Se faltar a honra, tudo fica estremecido. A honra é responsável pelo equilíbrio do relacionamento, a desonra é responsável pelas diluições dos valores.

Quando você exerce a honra, você bane as trevas. Quando você pratica a honra, a luz o auxilia, e as trevas não são autorizadas a se manifestarem.

É possível você estar no meio da luz do dia, e tomado em trevas. Isso é desonra. É possível você estar no meio da densa escuridão, e estar debaixo da luz. Isso é honra.

Os que decidem pela honra saberão que até os olhos destilam luz, assim como os que estão em desonra os olhos destilam trevas.

Conceituar um Pai Apostólico não é tarefa fácil, diagnosticar um Pai que honra filhos e gerar filhos que honrem Pai é um dever esquecido na sociedade enferma. Ninguém quer se submeter por não conhecer o princípio da aliança, Brites.

Como podemos ver a questão da honra com um princípio para se viver e não um discurso para se pregar? Nossa geração não aprendeu sobre honra, embora seja o único princípio que traz longevidade com o legado da prosperidade. Esse princípio é esquecido, pouco vivido e quase nunca ensinado. “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.” (Êxodo 20:12). Jesus repete o princípio. “Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá.” (Marcos 7:10)

Viver um princípio e falar de um princípio: Qual a diferença?

Sabemos que uma geração, para raciocinar por Princípio, precisa ter o exercício da sabedoria e a dinâmica da inteligência. Conhecer o princípio da Honra é inteligente, praticar o princípio da honra é sábio. Honra é a fusão da sabedoria e da inteligência dentro da perspectiva que na prática dessa verdade teremos êxito no território onde estamos implantados.

A mente de um pai espiritual

O pai raciocina por gerações. Ele vê o que ninguém vê; fala como ninguém fala; faz o que ninguém faz. Ele é um modelo! Como podemos ser genitores se não sabemos o que estamos vendo, falando e fazendo? Se estamos na rota do comum, não exercitamos a honra!

O Apóstolo é um Pai de Multidão, mas começa com um indivíduo. Precisamos influenciar pessoas e construir mentes que raciocinem por Princípio, que cumpram o legado da mudança do território. A mente do Pai deve ser uma mente estratégica.

A inteligência e a sabedoria devem ser as aliadas maiores desses homens que comandam pessoas e orientam multidões. Se não houver estratégia, as guerras falham e a frustrações se tornam aliadas do currículo do líder.

Muito mais que os movimentos sem vida, precisamos ter vida nos movimentos, e a vida do movimento é: Qual a estratégia que eu uso para o presente pensando no futuro? Como vamos consolidar Líderes Apostólicos e fazê-los funcionar dentro da sua chamada?

Filhos traumatizados, desistidos e confusos não fazem alianças e não honram os mentores. Precisamos ser mais operantes do que discursistas. Vemos que muitos têm um discurso muito bonito, mas uma prática muito feia.

Qual a estratégia para educarmos Apóstolos e domarmos aqueles que dizem ser Apóstolos e estão equivocados? Hoje, não nos impressionamos com as palavras bonitas que são faladas nos púlpitos, mas com o bom testemunho nos bastidores.

. Usar influência fazendo a influência – É fácil navegar no barco pronto, precisamos construir nosso barco. Cada nação, cultura costume, hábitos, precisam ser respeitados. Entramos no território com estratégias prontas e não ouvimos pessoas, não respeitamos ambientes. Precisamos, como pais espirituais, descobrir a estratégia que funciona e não a que propomos. Perguntar o quê? É muito mais eficiente: Dizer porquê estamos nos territórios!

. Ouvir o coração do filho – Nós não ouvimos pessoas e damos ordens a indivíduos. O nosso manto profético, o manto que ordena, indica e decreta é muito mais forte do que o Sacerdotal. Nosso manto precisa ser instrutivo, ensinador e orientador para um tempo novo.

. Ter um discurso limpo – No discurso de um pai espiritual não pode haver confusão; o discurso precisa ser limpo e resguardado no princípio.

. Agir como um pai espiritual – A ação de um pai espiritual, além de educar, deve mostrar amor no que faz e ensinar amor para os que vão fazer.

. Colher o resultado de um Pai espiritual – Trabalhamos por sementes ou por colheita, ou passamos a vida plantando e teremos a estratégia para que a colheita se manifeste.

Podemos ser pais improvisados e não gerarmos uma família saudável. O fato de ter um genitor em casa não significa que temos um pai presente. Uma família com um pai tem um caráter ajustado. Uma família sem um pai tem as complicações tanto do psicoemocional como espiritual.

A confusão de identidade na ausência do pai nos leva a fracassos indiagnosticáveis. É uma história de fracasso.

O ajuste da presença de um pai mostra um caráter extremamente ajustado. Filhos curados têm a garantia de uma geração saudável. É uma história de vitória.

Um chamado de Pai não equivocado

A honra ao Pai é a garantia de uma geração saudável e longeva, onde o princípio se torna ativado para trazer a conquista do inimaginável. Honre seu mentor e tenha a prosperidade ministerial que você não proclamou por falta de vocabulário na língua dos humanos.

Vamos aprender com o Pai Abraão, a consolidar a visão de paternidade em si mesmo, na família, no território e ser uma semente profética para as nações.

Vamos ouvir a Deus como PAI, para evitarmos a semente de desonra com o veneno da serpente destilando seu ódio na nossa audição, que é o instrumento da fé. “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Romanos 10:17)

Vamos praticar a Visão do Pai amoroso Yeshua, que orienta a Felipe, foca de volta para o Reino quando ele o despede como Pai, querendo outro Pai, que não aprendeu lidar com sua carência espiritual e despede o seu líder (Pai) para buscar um Pai desconhecido, quando o Verdadeiro Pai já se manifestara.

Vamos aprender com o Pai amoroso Yeshua, que mesmo vendo Seus discípulos desviados do propósito, Pedro, que representa a Igreja, navegando no nada, Thiago, a Família flutuando para lugar nenhum, e João, o discipulado à deriva, por causa de uma instrução errada, fez uma convocação e os chamou de filhos.

Precisamos parar para ouvir o grito de Yeshua: Filho!, que revela a identidade de um Pai amoroso que traz de volta o apostolado matriz que tomou rumos diferentes do que era o foco do propósito.

Como podemos ter uma geração de honra, se nossos ouvidos foram emprestados a envenenamentos contra nossa própria fé? Assim como a síndrome do pródigo estava em Felipe, Pedro, Thiago e João, essa síndrome de pródigo estava no caráter do apostolado matriz. Precisamos nos posicionar como líderes focados, pois esses níveis de desonra anulam toda possibilidade de termos territórios saudáveis, pois a desonra anula a conquista e destrói relacionamentos.

Está nascendo uma geração que mudará todo e qualquer foco errado e também as síndromes esquisitas que trabalham para não desatar os milagres que são manifestos quando a honra ao Pai é estabelecida.

Apóstolo Renê Terra Nova