Adriana Mueller nasceu na Itália e, desde os cinco anos de idade, vive nos EUA. É Pastora, Psicóloga e Ph. D. em Aconselhamento Pastoral Clínico. Percorre o mundo para pregar a Palavra de Deus e partilhar as suas experiências como terapeuta, especialmente ligadas a questões que envolvem a área emocional. Preletora especial do 3^o Congresso de Mulheres, nesta entrevista, ela revela o caminho que deve ser seguido por quem almeja ter uma ‘Mente Brilhante’

Cleo Pinheiro

Alguns passos para a conquista

Todas nós temos uma mente brilhante, porque a Bíblia diz que temos a mente de Cristo. Porém, existem muitas marcas antigas em nós que devem ser apagadas, tanto que Jesus disse que não podemos pôr vinho novo em odres velhos.

Quando nos convertemos, tornamo-nos novas criaturas. Porém, temos que buscar a santificação e isso, na verdade, é um trabalho contínuo em nossas vidas. Paulo nos ensina a guardarmos a nossa salvação com temor e sabedoria. E o que isso significa? Muitas pessoas acreditam que quando aceitam Jesus em seus corações tudo est[a resolvido, mas o que fazer com seus rancores antigos, com o temperamento ruim e com os sentimentos de rejeição que as impedem, por exemplo, de construir relacionamentos saudáveis?

Todas essas questões trabalham para nos impedir de ter a totalidade da abundância de Deus em nossas vidas e nós, como mulheres, temos que estar atentas a isso, lembrando que Jesus sempre nos encoraja, em Sua Palavra, a ouvirmos com os ouvidos e com o coração aberto.

Mente renovada por Deus

É preciso que as mulheres saibam que aceitaram a Jesus, estão salvas e vão para o Céu, mas podem estar vivendo uma vida abaixo do nível de excelência que está disponível para elas. E isso só acontece porque elas estão permitindo que o velho estilo de pensar controle as suas vidas.

Muitas pessoas convidam Jesus para morar em seus corações e é como se elas o convidassem para entrar em suas casas. Elas dizem: Fique à vontade, use a geladeira, a televisão, faça o que quiser, mas, Senhor, não entre naquele ‘quartinho’, pois aquele é o ‘meu’ lugar.

Quantas de nós temos essa atitude com o Senhor Jesus? Se fazemos isso é porque, muitas vezes, construímos muros atrás dos quais escondemos as nossas dores, como se essas paredes fossem nos proteger de sofrimentos futuros. Mas, a verdade é que esses muros acabam se tornando nossas prisões, e pessoas que vivem em prisões não têm liberdade e não podem viver uma vida de amor porque o amor não vai fluir através dessas muralhas.

Quem vive atrás de muros não constrói relacionamentos saudáveis com as pessoas porque, na verdade, não consegue ter um relacionamento verdadeiro com Deus. Somente quando nós damos a Deus a permissão para Ele entrar em nossas vidas e tocar em qualquer área que Ele quiser, Ele abrirá o nosso entendimento para vermos as atitudes erradas que temos os julgamentos precipitados que fazemos, porque a Sua luz irá expor as áreas que precisam ser trabalhadas em nós.

A santificação é um processo que nunca vai parar, pois quando uma questão é tratada, Deus nos mostra outra área que precisa ser consertada, e isso só termina no dia em que deixarmos essa terra e formos para o Céu.

Eu acredito que Deus me trouxe aqui para abrir o entendimento das mulheres de que elas só serão satisfeitas e felizes plenamente quando aceitarem o convite de Deus e se deixarem ser transformadas. Mas lembre-se de que antes de Deus organizar as coisas talvez seja preciso desorganizar, mexer em algumas áreas, o que, muitas vezes, é doloroso, mas a porta da dor é também a porta da libertação.

Eu costumo dizer que metade da cura de uma pessoa é alcançada quando ela decide se expor e falar aquilo que por muito tempo achou melhor esconder. É preciso arrancar tudo aquilo que está no coração. Enquanto nós nos escondemos atrás das muralhas, nunca teremos uma mente brilhante em totalidade.

Experiência partilhada

A minha caminhada cristã começou há 28 anos. Fui salva numa segunda-feira, na quarta estava fazendo estudo bíblico e no domingo já fui duas vezes ao culto. Eu era como uma esponja: tinha sede e fome de Deus. Depois de três anos aprendendo sobre a Bíblia e amadurecendo como cristã, o Senhor me falou que eu tinha que voltar para a escola e o resultado disso foi que, em doze anos e meio, eu saí de um diploma do 2º grau para um Ph. D.

Eu me tornei parte do staff da minha Igreja e, por 3 anos, fui líder de evangelismo. Eu me entreguei totalmente para Deus e não recebia nenhum salário, mas não me importava, até porque durante esse tempo em que me entreguei como Pastora, os negócios do meu marido foram abençoados de uma forma multiplicadora.

Quando terminei o doutorado, Deus me disse: “Agora terminei com você”. Eu não entendi e ignorei, mas depois percebi que Ele estava dizendo que iniciava, naquele momento, o meu ministério de Ensinamento.  Comecei a ensinar a Palavra de Deus em hotéis, tive um programa de rádio e viajei pelos EUA fazendo seminários voltados para casais e também sobre cura e batalha espiritual. Mas, durante algum tempo, eu tive de parar de fazer tudo isso, pois o meu esposo teve problemas de saúde, eu vivi momentos de crise e fiquei com o coração partido.

Por dois anos, eu parei de fazer o meu ministério, fiquei desencorajada e precisei de um tempo para me curar. Mas um dia eu conheci um Pastor e ele me disse que ia me enviar ao Brasil porque este país precisava de mim. Eu chorei e duvidei. Somente quando entrei no avião para vir pra cá eu acreditei que realmente estava acontecendo. Foi um sonho realizado. Agora é Deus e o Seu favor. Eu entreguei a minha vida a Ele e disse que iria cumprir o querer dEle. Quando as coisas começavam a dar errado, eu questionava, mas hoje não faço mais isso.  Quando uma porta se abre, eu entro por ela, e estou aqui hoje porque sei que Deus precisa de mim neste lugar. Sou uma mensageira dEle, uma serva do Senhor.