PUBLICADO: 22.11.2011
O erro do Homem de Honra

Apóstolo Renê Terra Nova



 

“Depois chegou Jacó em paz à cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando veio de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade. E comprou a parte do campo, em que estendera a sua tenda, dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro. Então levantou ali um altar, e chamou-lhe o El-Eloé-Israel.” (Gênesis 34:18-20)

Seremos uma resposta notável para a sociedade, como líderes de honra. Mas, para isso, vamos precisar entender alguns processos, pois muitas vezes estamos esperando líderes que sempre acertam.

Como homens, esperamos encontrar líderes de honra que sempre acertem. Buscamos líderes que sempre acertem. Sonhamos com líderes que sempre acertem. Desejamos, almejamos e chamamos à existência e até nos propomos a ser líderes que sempre acertem. Não gostamos de errar. Essa não é a nossa natureza como homens nascidos de novo, contudo, nós erramos.

 

Aprovação pessoal do perfeito

Há uma necessidade do homem, como pessoa se aprovar como perfeito. Porque há coisas que o indivíduo tem, mas que não gosta; coisas que parecem perseguir nosso caráter e que, muitas vezes, dão vazão para que outros falem mal de nós. E apesar de alguns dizerem que não se importam em saber que estão sendo difamados, isso soa como ‘hipocrisia’.

Nós somos indivíduos que temos na vida dois direitos: o de acertar e o de errar. Mas temos mais chances de acertar do que errar. As nossas instruções, umas são corretivas, outras profilaxias, e indicam a nossa oportunidade de não errar, porque não queremos errar. Queremos ser um ser que, pelo menos, aproximamo-nos da expectativa que temos dentro de nós e que as pessoas têm de nós. E isso envolve principalmente a expectativa que temos de nós mesmos.

Ninguém está preparado para que o outro, que também é defeituoso, fale do problema, quando ele também tem defeitos em tantas áreas. Nem as gangues aceitam que uma fale mal da outra, imagine nós que somos homens santos e que nãos queremos errar. Porque apesar da natureza adâmica nos perseguir de forma voraz, nós temos a mente de Cristo, a mente do Messias.

Por temos a mente de Cristo, não podemos pensar que Ele nos dá a chance de sermos seres melhorados. Eu advogo que Jesus não tem prazer em melhorar ninguém. Ele não morreu para nos melhorar, mas para nos transformar completamente. Não somos seres para sermos melhorados, mas seres nascidos de novo para uma aliança, sendo transformados em transporte da vida de Deus, de forma que Ele possa contar com cada um de nós, pela ferramenta dEle mesmos, chamada santidade.

 

Homens santos não podem ter atitudes de homens profanos

Homens santos não podem ter atitudes de homens profanos. Recentemente, eu estava conversando um assunto sério com uma pessoa e passou uma mulher que roubou a atenção dele na direção da nossa conversa. Mas, isso de uma forma estupefata. E eu continuei falando com ele, que não se conteve. Foi triste, para mim, ver aquela situação. Chamei a atenção dele

Existem algumas coisas que fazem parte da natureza humana, mas que não podem ser consideradas normais para homens santos, pois estes já devem ter aprendido a vencer. Certas atitudes não podem ser consideradas como normais. Nós homens admiramos o bonito, reverenciamos o bonito, mas em casa, muitas vezes, manifestamos as doenças de alma que temos e que ainda não foram curadas. Por isso, precisamos limpar a mente.

Precisamos ter consciência da responsabilidade de potencial que temos, porque a Bíblia acredita mais em nós, do que nós na Bíblia. A Bíblia acredita que você é santo, e Deus é tão crente que Ele emitiu decreto: seja santo como Eu Sou Santo. Ou a Bíblia é o Livro dos exageros, pedindo de nós algo que não podemos ser, ou não estamos trabalhando o nosso esforço para sermos o que a Bíblia mostra que podemos ser.

Quem vai advogar a sua santidade não é você, é a sua esposa. A esposa sabe quão santos somos ou não. Os nossos filhos sabem se somos homens tementes a Deus, que ora, profetiza sobre eles, se discipulamos primeiro a família. E por nossas atitudes, eles têm o conceito de líder e Pastor, pelo que somos dentro de casa. E esse conceito pode ser bem diferente do que passamos para a Igreja e para os discípulos que convivem conosco.

Os nossos filhos assimilam tudo o que falamos como pais e como Pastores; eles vivem conosco em casa, na Igreja e em todos os outros lugares pelos quais andamos. E não pense pai que seu filho é bobo, inocente ao ponto de não ver os seus erros. Jamais subestime seus filhos, pois eles notam quando você mente, exagera e diminui as verdades para que soem mais amenas.

Muitos pais ignoraram o fato de que os seus filhos estavam vendo tudo o que acontecia dentro de casa, imaginando que eles não iriam crescer. E quando chegaram a fase dos hormônios, eles não tiveram respaldo para aconselhar ou repreender os adolescentes, por causa da descredibilidade que geraram através do comportamento errado. Atitudes valem mais do que discurso. E essa verdade tem feito com que muitos filhos não apreciem seus pais que possuem belas palavras, mas pouca prática do que falam no púlpito.

 

Siquém, o homem que perdeu a honra

Siquém tinha tudo para ser um homem de valor, um homem de honra, afinal era príncipe, filho de Hamor, o rei. O nome Siquém significa ombro fraturado, aquele que tem a estrutura fraturada. Siquém se movia em uma honra fraturada e sem suporte.

O que se coloca em um ombro fraturado? Remendo, socorro, tipóia para dar suporte de sustentação. Não podemos nos mover em uma honra fraturada, que precisa de remendo e de suporte improvisado. Um ombro fraturado não pode oferecer honra.

Ombros unidos formam uma grande parede de proteção. Se andarmos ombro a ombro, formamos uma grande parede de proteção, o inimigo não passa por nós e nós não caímos. Mas ombros fraturados não sedimentam, não têm sustentação nem força.

Quando o texto de Gênesis 35 apresenta o perfil do candidato para casar com a honra do patriarca, com a honra da família e com a honra do descendente, mostrava que era um homem fraturado, um príncipe fraturado, uma honra fraturada e sem sustentação. Siquém tinha uma honra fraturada, desvalorizada e sem sustentação.

 

Não faça alianças quebradas

Não faça alianças quebradas que não têm sustentação. Muitas vezes, no ímpeto de jovem ou de líder imaturo, é o de querer qualquer ombro. E não é qualquer ombro que serve para fazermos aliança.

O ombro de Siquém que era oferecido para a princesa, que iria respaldar o patriarca, a família e os descendentes era quebrado, e não servia para fazer aliança, pois não oferecia condições para sustentar a aliança, porque existem ombros que não são convidativos para fazer aliança, e não servem para fazermos aliança.

Não se precipite! Deus vai colocar pessoas ombro a ombro com você, homens que tenham ombros para serem muralhas de proteção. Eles não serão brechas para que o inimigo entre e não destrua nem você, nem sua família, nem seus descendentes, nem venha minar a sua casa. Deus vai colocar pessoas de ombros curados e não fraturados para entrar na sua família.

Estamos vendo que ombro quebrado representa falta de sustentação. Com alguém de ombro quebrado não podemos fazer aliança, pois não teremos segurança nem sustentação.

 

Cuidado com a honra dos seus descendentes

Diná, com aproximadamente 15 anos, foi passear para fazer uma aventura, saindo sem o conhecimento de seus pais, sem a bênção dos irmãos. Com certeza, ela não imaginaria que um simples passeio, uma simples aventura fosse causar tamanho transtorno a ela e aos seus familiares.

O ocorrido com Diná deve nos levar a refletir sobre o cuidado que devemos ter com a honra dos nossos descendentes. Por onde andam nossos filhos. Quantos deles estão em caminhos de risco, saindo, na voluntariedade dos seus pés, sem nos consultar, por causa da ociosidade de tempo que eles têm muitas vezes e a curiosidade do século.

Diná fez alianças com outras moças da cidade, em busca da curiosidade da cultura, passeando escondida dos seus pais, dos seus irmãos e da tribo, como se fosse uma fuga. O que deve chamar a nossa atenção para redobrar o cuidado com os nossos descendentes que podem querer fugir de nós em busca de novidades que eles, sem saber, podem se envolver em catástrofes, como aconteceu com Diná.

Cuidado com os ombros quebrados! A filha do patriarca, irmã dos pastores, a herdeira da honra ficou nas mãos daqueles que promovem desprezo ao Pastor. Vemos que a desonra pode ser feita por nossos próprios caminhos. Podemos caminhar em direção a desonra a partir de nossas próprias decisões.

Os filhos crescem, tornam-se independentes, e precisamos cuidar deles, ensiná-los a terem cuidado com as alianças, com os ombros que estão vindo. Nós mesmos somos responsáveis pelos ombros quebrados.

Cuidado com as alianças, se você ver que há ombros quebrados vindo para o seu ministério, busque em Deus uma solução e não concilie aliança. Nossos filhos não são mercadoria de tabuleiro. Foi assim que Jacó se sentiu e se viu quando Hamor veio para comercializar a honra.

 

Descendência é inegociável

Desde quando filho de trevas e patriarca de trevas pode chegar para filho de luz e patriarca de luz para fazer aliança e negociar a descendência. Descendência não se negocia, não se comercializa. Ora, onde fica o princípio?

Jacó negociou com a mente de Jacó e não de Israel. E no nosso arraial ainda existem homens com a mente de Jacó. Eles passam por cima do princípio. Jacó sabia que Diná havia sido deflorada por Siquém. E enquanto os irmãos de Diná trabalhavam no campo, pastoreando, havia, dentro da casa deles, uma negociação de descendência sendo acertado.

E porque Jacó aceitou receber aqueles homens na sua casa, ele ficou em falta com a família e a descendência. Eu quero dizer que quando o sacerdote, o homem é encontrado em falta, a própria figura do principado chega na sua casa para reivindicar a descendência e fazer aliança.

Uma vez que os princípios são quebrados, a reivindicação do direito bate à porta. Jacó não teve a coragem de pegar Diná e ir até eles para tomar satisfação. Era dever dele como pai mostrar aos indivíduos o que aconteceria a eles por terem mexido na filha da aliança. Jacó tinha aliança com o Eterno, com o poderoso. Ele deveria ter travado uma guerra para que aquele povo aprendesse que ainda que a honra não pudesse mais ser devolvida, mas eles saberiam que não se mexe com honra daqueles que são legítimos.

O patriarca Jacó estava velho, cansado. Talvez tenha aceitado aquela situação como comum, por causa da cultura do povo. É a realidade que vemos em muitas famílias hoje. Existe muito lixo querendo entrar no seu ministério, na sua chamada. Como patriarca não aceite lixo no seu arraial.

Nós não vamos entregar a nossa descendência, a nossa honra. Estamos muito impressionistas com as coisas que surgem no nosso arraial porque nós não fomos mentoreados.

Patriarcas têm autoridade para tomar decisões. Mas quando o mentor perde o foco ele negocia a sua unção. Mas eu e você somos inegociáveis, até vermos o Brasil gritando que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai. Essa paixão não pode sair dos nossos ombros.

O Brasil, a nossa nação é uma nação de homens de honra. Se um dia desonramos a Deus, se a nossa mente enfraqueceu, se nossos olhos embotaram e não sabemos mais julgar o princípios da honra, pedimos que o Senhor nos ajude. Esta é a nossa história.