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Publicado: 09.02.2013
Abuso sexual
Apóstolo Arão Amazonas

 

Você precisa identificar se você viveu abusos e quais as consequências disso na sua vida. Você não precisa viver disfuncionado, busque a cura que está preparada para a sua vida. Os abusos são de níveis variados, mas todos acarretam dores emocionais.

Na Bíblia, encontramos uma família disfuncionada: a de Jacó. As irmãs com quem ele casou, brigavam entre si e disputavam o marido. Ele era um pai de liderança enfraquecida, e os filhos cresceram em meio a tudo isso. Rubem, o primogênito, desejou a concubina do pai e teve relações com ela. Isso acontece onde o nível de hierarquia não é definido.

 

Depois, Diná sofreu um estupro e os filhos de Jacó, revoltados, mataram toda uma cidade. Os filhos de Jacó se tornaram assassinos, porque cresceram em um ambiente tumultuado, cheio de confusão.

 

Talvez a sua família enfrente problemas, mas há sempre uma solução em Deus. Na família de Jacó, nasceu José, da mulher que ele mais amava. E ele passou a olhar para José de forma diferenciada. E porque ele superprotegeu José, os filhos sentiram inveja dele e reproduziram o mesmo nível de briga que viram a vida toda entre as mães.

 

Quando vivemos em ambientes abusivos, cheios de caos, o melhor a fazer é olhar para Deus que fez a promessa de que seremos benditos e abençoados e crer que Ele vai abençoar o nosso caminho e mudar a nossa sorte.

 

Às vezes, na liderança, vemos isso no discipulado. Ocorre uma extrapolação no relacionamento de discipulado e surgem pecados de ordem sexual. Sempre para acontecer o abuso existe um fraco e um forte, um abusador e um abusado.

 

O abuso sexual mais doloroso (porque todos são dolorosos), o pior, é o dos filhos que são abusados pelos pais. Quando um pai toca um filho ou uma filha de forma irregular, isso fere, afronta e destrói a dignidade do ser humano.

 

Toda postura indevida gera destruição na alma, porque significa um abuso. Quando você abusa da sua liderança, de alguma maneira, você está promovendo morte no seu discipulado. Isso gera descrédito, desconfiança e desprazer de estar na companhia do líder.

 

A pessoa abusada entra ainda em um nível de incredulidade terrível. Ela pensa que Deus não existe, pois se existisse, não teria permitido que fosse violado. O abusado guarda consigo um enigma que não tem respostas dentro de si. O enigma é a repetição do comportamento abusador.

 

Toda pessoa abusada que carrega um enigma e que não é tratada, parte da repetição abusando ou se deixando ser abusada. Por causa das marcas profundas, do senso de desvalia, faz com que abuse ou se deixe abusar. E mesmo que se proteja dizendo que nunca mais vai permitir ser abusado, sem perceber, isso acontecerá novamente.

 

Para trabalhar com as pessoas abusadas sexualmente, é preciso entender, primordialmente, que a pessoa é inocente. O processo de inocentar a criança é muito grande.

 

O abusado vive um conflito muito grande dele, porque as regiões erógenas dão prazer, mesmo que as pessoas estejam sendo violadas, mas se é um processo contínuo e constante, sentirá prazer. Por isso, a criança se culpa, porque ela pensa que porque sente prazer, ela gostava. E o terapeuta precisa inocentar a vítima para que venha a cura.

 

Se você é líder de célula e ouve um caso de abuso, não busque resolver se você não é profissional da área, leve até o seu Pastor e ele saberá como tratar, procurando, inclusive, ajuda terapêutica.

 

Cuidando da dor

O abusado sofre dores invisíveis que precisam ganhar rosto e voz. Você sabia que a maioria das mulheres foi vítima de abuso sexual? Até 14 anos, uma mulher não tem estrutura emocional e física para uma relação sexual. Mesmo que muitos digam que já era uma mulher, ainda assim, somente aos 17 e 18 anos é que a mulher pode estar madura para uma relação.

 

No Brasil, é comum relacionamentos sexuais na adolescência, e isso é crime de pedofilia, pois a Legislação entende que maculou a saúde física e emocional das pessoas. E nós, como líderes, precisamos estar orientados e orientando os que nos procuram. Então, naquilo que você não se sente competente, busque ajuda de alguém que possa acompanhar essa vida, levando-a a alcançar a cura.

 

Voltando a falar de José, no Museu do Egito, encontramos a história dele, retratada pela sua diferença. Fica fácil entender, porque os irmãos perseguiam José, ele se sobressaia entre eles pela beleza. José era neto de Isaque, que preferia Esaú, enquanto a mãe preferia Jacó. Por isso, Jacó não sabia como cuidar da problemática da família que ele construiu.

 

Mesmo Jacó tendo vindo de uma família nuclear, ele sabia das preferências visíveis pelos filhos. E isso gerou nos filhos sentimentos de insegurança. Quando Jacó viu os problemas dentro da casa dele, teve preferência por José e deu a ele uma túnica diferenciada dos outros irmãos.

 

José passou a ser o filho da confiança de Jacó e aquele que contava ao pai as coisas erradas que os irmãos faziam. Com ódio e inveja, os irmãos jogaram José na cova e venderam ele para o Egito como escravos.

 

Imagine a cena: você vai saber como seus irmãos estão e eles vendem você. Que destruição na alma de José!

 

Todos esses abusos que estamos citando é para que você veja os problemas que você viveu na infância, inclusive de abuso sexual, e isso tem impedido você de romper na sua liderança. A maioria dos meninos abusados não prestam queixa, por vergonha, vítimas duas vezes, do abuso e do machismo.

 

Quando um adolescente é abusado sexualmente, a identidade é afetada profundamente, a dignidade masculina dele é mexida. O diabo causa um trauma que você não tem ideia. E na adolescência a marca é tão séria que a identidade sexual precisa ser firmada. Por causa do abuso, porque foi mexido no íntimo, no âmago, não consegue dimensionar se é homem ou mulher.

 

E os movimentos estão aí trabalhando para que os adolescentes façam opções sexuais erradas. Um ser humano violado precisa ser olhado com dignidade. Não concordamos com o pecado, mas cremos que Deus pode fazer intervenções naquele que foi ferido.

 

Todo abusado, no auge da sua crise, volta para o ponto: Onde estava Deus quando eu fui abusado? A Bíblia diz que José viveu tantos sofrimentos, mas no Salmos 105, ele recebeu vitória. Sabe por quê? Porque não importa o abuso que você viveu nem com quem foi, Deus sempre terá a cura para sua vida. E assim como José criou resiliência, musculatura espiritual e venceu, será na sua vida. Deus tem um projeto maior que o abuso para a sua vida.

 

Não pare de crer e não deixe que a dor e a decepção paralisem a sua vida. O trauma castra os sonhos, bloqueia as conquistas e afeta a área emocional e espiritual. E Deus quer que você olhe para a situação e creia: Deus está no Seu Trono, assentado entre os Querubins e a Sua majestade dura para sempre. O que Ele proclamou para a sua vida haverá de se manifestar quando você olhar com olhos de fé.

 

Se há algo em você que dói e causa abandono e decepção, olhe para a história de José. Se ele venceu e teve a paciência para ser exaltado, você também precisa ter paciência para vencer. Não mergulhe no poço da sua dor! Saia do poço da vitimização.