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Entendendo o discipulado e a compaixão
Celebração, oração e quebrantamento são as palavras que resumem a terceira noite de congresso

Eduardo de Castro


Dançarinos de olhares sóbrios e movimentos angulares cadenciados. Uma música compassada de Paul Wilbur era a trilha sonora. Culminando essa apresentação, uma acrobacia dos bailarinos expõe no alto a bandeira nacional. Assim iniciou a terceira noite do Congresso de consolidação, em uma verdadeira festa do Espírito. Então, a Bispa Ester Amazonas entrou em cena e disse para a congregação: O Senhor reina! Em seguida, orou com autoridade decretando libertação das vidas que neste momento estão na festa da carne. Efusiva, em oposição a este momento de celebrações literalmente carnais, ela declarou: “Um mover sobrenatural de salvação reina sobre Manaus, Brasil e nações”.

Quebrando o protocolo, o Apóstolo Gilmar Britto pediu licença para dar a notícia de que a música O Filho do Homem ficou novamente em primeiro lugar em uma rádio evangélica da cidade, quebrando um paradigma da cultura local que não costuma valorizar nossos cantores. No ensejo, o Apóstolo informou sobre sua apresentação no sambódromo no dia sete de abril, com Aline Barros e Kleber Lucas, e pediu que a Igreja orasse no local da apresentação. Ele já estava se preparando para dirigir o louvor, quando se ouviu novamente a Bispa Ester, que o interrompeu e disse: “Apóstolo Gilmar, como Igreja, queremos dizer que a unção que Deus deu à sua voz quebra grilhões. A sua voz quebra grilhões, e nós estaremos lá orando”.

Essa declaração preparou a congregação para um louvor inspirado, após o qual novamente a Bispa Ester tomou a palavra. Ela apresentou o Apóstolo Marcel Alexandre, relatando fatos sobre este homem usado por Deus em libertações na história do MIR e, agora, como homem colocado em posição de honra na vida pública. Ela lembrou que esse Apóstolo é um dos homens que, diante das lutas do MIR, sempre dizia e diz “vamos orar”. “Nunca retire os joelhos da sua história”, disse a Bispa ao Apóstolo, em relação às frequentes atitudes de oração de Marcel Alexandre. Neste momento, numa cena pitoresca, o Apóstolo se dirigiu a ela andando de joelhos e com as mãos unidas em posição de oração, movimento aproveitado pela Bispa, que fez uma oração por ele.

Com a palavra, o Apóstolo Marcel leu Mateus 28:19-20, seguindo com a pregação sobre discipulado, durante o qual falou que o único modelo de discipulado é o de Cristo. “O primeiro desafio nesta noite é entender os termos discípulos e discipulado. Discipulado é exportar os valores de Cristo para os discípulos”, disse o Apóstolo, que ilustrou ainda João 1:14, esclarecendo: “Aquilo que era o modelo no salmo 23, toma forma em uma pessoa: Jesus Cristo. Ele disse: ‘Eu Sou o bom Pastor’. João diz que a Palavra tomou a forma humana e habitou entre nós!”.

Então, o que falta para termos sucesso no discipulado? O Apóstolo Marcel esclareceu que falta conhecimento do verdadeiro Evangelho e compromisso! Ao tomar como referência a situação da negação de Pedro, ele foi elucidativo quanto ao relacionamento entre Jesus e nós, que deve ser refletido no do discipulador com o discípulo. Ele explicou que, mesmo tendo negado a Jesus, Pedro foi perdoado sem restrições pelo Senhor, que ainda lhe deu uma ordem: Tu me amas? Apascenta minhas ovelhas. “Se no salmo 23 o Pastor é tudo, Jesus transportou para nós o que Ele é”, ensinou. Segundo ele, todos os Encontros e eventos que se faz no MIR é para formar nos discípulos não o caráter do discipulador, mas o de Cristo.

A palavra seguinte foi “prefaciada” com uma oração da Bispa Ester pelo Apóstolo Renê Terra Nova. Depois, em um momento descontraído, o Apóstolo Renê, do seu jeito bem característico, provocou risos na congregação enquanto anunciava que estará pregando para oito mil pessoas em uma quadra de escola de samba, no dia 18. Uma de oração de guerra e, em seguida um momento de alegria tomaram conta da congregação, que dançava cantando “Meu alvo é Cristo”. Depois o Apóstolo Renê pediu que se recolhessem os donativos para os irmãos do Haiti que estão em Manaus, ao mesmo tempo em que informou o momento de dízimos e ofertas.

Estrategicamente, o Apóstolo só falou sobre o princípio de dízimos e ofertas após a coleta destes “para que você não diga que foi estimulado. Dízimo é sinal de fé, a oferta é sinal de generosidade”, falou, lembrando que no MIR nenhum Pastor ou discipulador deve receber dízimos e primícias: “Tudo é entregue ao Sacerdote Maior, Jesus”. Ele seguiu explicando sobre primícias, aludindo ao coração, órgão primeiro a se formar no corpo humano e pedido por Deus: Filho meu, dá-me o teu coração.

Mateus 20:29 foi o texto da pregação, que nesta noite continuou com o tema da noite anterior sobre compaixão. “Compaixão é um sentimento direcionado aos necessitados. É o desejo de ver alguém bem e sem questionar quem é”, enfatizou o Apóstolo. Em sua pregação, ele declarou que compaixão é sacrifício, e quem não está disposto a se sacrificar não pode estar no Reino, pois as pessoas que têm compaixão prestam culto eterno a Deus. É interceder, tomar a causa do outro. Para ilustrar, contou uma história acontecida com o Apóstolo Marcel Alexandre, ao doar todo o próprio salário a uma pessoa que estava em necessidade. “É impossível que Jesus não coloque esse sentimento em quem nasceu de novo”.

Um dos momentos mais eufóricos foi uma encenação feita pelo Apóstolo Renê, ilustrando como Jesus, após morrer por compaixão a nós, chegou ao inferno mostrando Sua vitória, derrotando todos os seus inimigos. “Uma compaixão foi suficiente para salvar as nossas vidas”, disse o Apóstolo.

Voltando ao texto dos cegos de Jericó, afirmou que é possível se perder a visão, mas pode-se retomá-la, ao se clamar FILHO DE DAVI, TEM COMPAIXÃO DE MIM! Ele disse ainda que quem precisa ser restituído, quem entendeu que Deus, por meio dessa pregação, lhe falou, aprendeu que não pode ser calado por ninguém.

 Uma oração emocionada concluiu a noite, ao som de “Filho do Homem”, com a Igreja suplicando ao Senhor compaixão para que a própria Igreja mostre compaixão no discipulado. O quebrantamento, neste momento, é inevitável. Chegou até a equipe de imprensa. Tanto, que está sendo quase impossível terminar de escrever este texto, aqui, na sala de comunicação, porque a vontade de estar na congregação orando para que Deus derrame compaixão é muita. Lágrimas ensaiam superar o profissionalismo. Shalom!