Um mergulho na Sabedoria
e Inteligência

O Congresso Internacional da Visão Celular no Modelo dos 12 é um dos principais eventos promovidos pelo Ministério Internacional da Restauração. Todos os anos, o MIR convida os líderes e discípulos de Manaus, do Brasil e das Nações para quatro dias de reunião, ensino e comunhão intensa. E o chamado é sempre atendido por uma multidão de pessoas.

Em 2014, não foi diferente. O povo de Deus obedeceu e decidiu investir tempo no aprendizado sobre “Sabedoria, o Legado do 12 que se Move no Sobrenatural”. A RedeMIR ouviu o Apóstolo Renê Terra Nova sobre a expectativa dele para esta que é a 17a edição do Congresso. Ele também falou da reação que espera dos congressistas e da escolha do tema do evento que, de tão abrangente e importante, está sendo discutido pela terceira vez consecutiva.

Cléo Pinheiro

A 17ª edição do Congresso Internacional da Visão Celular no Modelo dos 12 vai tratar, mais uma vez, do tema Sabedoria, um assunto amplo e que traz uma inesgotável possibilidade de abordagens. Qual deve ser a tônica do ensino que vai ser ministrado aos participantes do evento este ano?

Não é fácil caminhar em liderança com pessoas que não correspondem à sua expectativa. Por isso, todo bom líder tem que começar a cavar as inteligências diversas para encontrar, em cada liderado, o potencial que está escondido. Lidar no campo da sabedoria é uma decisão muito delicada, porque só um sábio compreende outro sábio, mas quando nossa inteligência é desenvolvida, fica mais fácil tramitar nessa rota. O tema é inesgotável e os campos de pesquisas ainda limitados, por isso muita coisa parte do pressuposto de que são inovações, como também faz parte da mente criativa. Muitos materiais que estão disponíveis ainda não atingem a expectativa do ensino mais depurado do que é uma mente treinada para a inteligência e o desenvolvimento da sabedoria.

Neste Congresso, por entender que o assunto é, de fato, inesgotável, abordaremos vários níveis de inteligência que só podem ser compostas numa mente de sabedoria. Por isso, desafio cada congressista a não só ouvir a palavra, mas a refletir sobre o que está sendo falado e, na somatória dos elementos que estarão à disposição, colocar em prática o que está recebendo, porque Jesus disse que néscio é o homem que ouve essas palavras e não as pratica, mas sábio é aquele que pratica as palavras que ouve.

Desde 2011, quando o tema Sabedoria começou a ser tratado no Congresso, ele começou a ser acompanhado também do ensino sobre inteligência. É objetivo deste  evento ensinar às pessoas que o conhecimento acadêmico e científico deve também ser uma meta do crente, paralelo à busca da sabedoria que vem de Deus?

Nós somos da ética judaica e o Princípio Bíblico estudado na Torah é um estímulo ao conhecimento. Grandes cientistas de diversas áreas, artistas, acadêmicos, gênios, eram judeus. Veja uma pequena lista: Gustav Mahler, judeu austríaco, uma das maiores figuras da história da música; Albert Einstein, judeu alemão, revolucionou a ciência com a teoria da relatividade; Sigmund Freud, judeu austríaco, neurologista e pai da psicanálise; Richard Feynman, judeu americano, o mais influente físico teórico depois da II Guerra; Jonas Salk, judeu americano, desenvolveu a vacina contra a poliomielite; Émile Durkheim, judeu francês, fundou a sociologia moderna.
Nas premiações do Nobel, a maioria são judeus. Eles representam menos de 0,5% da população mundial, mas receberam 20% de todos os prêmios Nobel. Na área da Economia, o prêmio Nobel foi instituído apenas em 1969, mas a porcentagem de judeus que receberam o prêmio chega a mais de 40% do total, entre eles o renomado Milton Friedman.
Isso mostra que a base do conhecimento vem de Jerusalém, estimulada pela Bíblia. Neste sentido, eu acredito nos líderes que são mais bem treinados, que emprestam a sua mente para uma academia, que se importam com o conhecimento e mergulham no campo do pensamento.

Eu tenho observado que as pessoas com quem eu tenho alcançado maior êxito na comunicação, na inteligência e na facilitação do absorver, são as que ampliaram o conhecimento, inclusive o conhecimento acadêmico. Por isso, os cursos que são oferecidos, tanto pela visão eclesiástica como pela visão contemporânea, devem ser seletivos, mas não subestimados; é preciso mergulhar!

Jesus disse que bem-aventurado é aquele que lê. Os livros de Provérbios e Eclesiastes são um estímulo ao conhecimento, e a Bíblia é uma fonte de sabedoria. Por isso, cada líder que deseja crescer tem que treinar a sua mente e deixar que mentores bem equipados funcionem na direção deles para, além de desatar conhecimento, abrir caminhos de sabedoria.

A Visão Celular, enquanto estratégia de conquista de multidões, está consolidada no Brasil e em outros países. O estágio de maturidade é chegado e impõe novos desafios a serem perseguidos e vencidos. Neste sentido, quais os alvos da Visão a partir de agora?

Nós temos muitas mudanças, porque a fase da paixão passou e agora vivemos o amor consolidado. Embora eu saiba que os apaixonados são aqueles que são mais duradouros dentro de uma fase de conquista, acredito que a ênfase da paixão, que a Visão introduziu no Brasil, e que eu poderia singularizar como euforia, passou. Passou a euforia e consolidou-se o tempo novo, onde surgiram os verdadeiros “apaixonados”. Mas o curioso nisso tudo é que, semanalmente, recebemos novos Pastores decididos a mergulharem na Visão Celular e se fazerem bênçãos nesse novo processo de conquista.
O que mais me deixa reflexivo e agradecido é que a Visão logrou respeito em todo o território nacional e as chocarrices que faziam a nosso respeito se tornaram em honra. As zombarias que eram constantes se transformaram em elogios, porque o testemunho da Visão emudeceu os críticos.
Temos muitas metas e, em pelo menos três delas, temos trabalhado, desde o início da Visão, para que não sejam apenas propostas, mas sejam realidade.

1. Unidade do M12

O M12 goza da unidade com todas as linhas interdenominacionais, por causa do respeito que já ganhamos com Presbiterianos, Batistas, Congregacionais, Metodistas, Igrejas Históricas, Neo-pentecostais e Pentecostais, que hoje assimilam o M12 exatamente como é: uma proposta, uma ferramenta de conquista que pode ser aplicada em qualquer segmento evangélico.

2. Relacionamento transcultural

É visível nosso amor por Israel, e a Visão envolveu denominações e líderes no contexto de entender a proposta da Embaixada Cristã Internacional de Jerusalém (ICEJ), que também é um legado de conquista da Visão Celular no Modelo dos 12. Hoje nós não só caminhamos como M12, como nos envolvemos na visão sionista, pró-Israel, de uma forma muito clara e resolvida teologicamente, na qual temos milhares de líderes que pensam da mesma forma que nós e não são M12.

Nesse relacionamento transcultural, começamos a perceber que, do Brasil para as nações e das nações para o Brasil, podemos receber muitos desses novos líderes e, na cumplicidade, darmos também aquilo que conhecemos para eles. Nesse estreitamento de relacionamento, muita coisa ajudou a ampliar a Visão, como também ajudamos em mudanças nos territórios pelos quais passamos. Isso mostra não só a maturidade da Visão, como o alcance além-fronteiras, no ampliar das tendas que a Visão Celular no Modelo dos 12 logrou por não ter bloqueios no coração nem resistência a receber o novo. Isso mostra onde chegamos e aponta para onde queremos ir.

A visão de Jerusalém é maior que qualquer visão e a Visão Celular está debaixo da visão de Jerusalém, como todas as outras visões que amam Israel estão debaixo do mesmo manto. Percebemos, assim, a extensão da visão de Sião, que poderá abençoar a milhares de líderes.

Hoje temos líderes que não querem o M12, mas não abrem mão da visão de Israel. Então, que lição tiramos disso? Que quando estamos abertos para o novo, somos presenteados por Deus pelas Suas novidades, ampliamos os nossos territórios e respondemos à oração de Jesus antes de ir para a Cruz: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.” (João 17:21)

3. Conhecimento Apostólico

Os três leques, quando se abrem – Relacionamento Transcultural, Unidade do M12 e Conhecimento Apostólico – completam-se. E é por isso que estamos avançando de uma forma muito rápida, sem perder o foco e centrados no propósito de ver a Nação rendida aos pés de Jesus. Não é fácil implantar a visão apostólica aos que têm mente de tradição... Porém, é muito mais difícil aos que se acham únicos. São paradigmas novos, mas concentrados na proposta do Rei. Sem arrefecermos na convocação do Reino, iremos avançar, na certeza de que a visão apostólica nos garante quatro mantos, os quais eu interpreto assim:

. Sinais (Ganhar). A extensão do manto, para que vidas venham para Deus e somem um avivamento sobrenatural na colheita de novos filhos para o Reino;

. Prodígios (Consolidar). Uma missão que a Igreja ainda não entendeu na sua totalidade, mas da qual o  manto apostólico nos ajuda a fazer a leitura correta, pois é o ministério do Espírito Santo para que as vidas que estão no Reino não se percam. Esses são prodígios que fazem com que o aumento do Reino não tenha fim. E isso se refere não  só às pessoas que ganhamos, mas também às que são plantadas na Casa de Deus.

. Maravilhas (Discipular). O Apóstolo dos Apóstolos, chamado Yeshua, deixou esta única missão para a Igreja: fazer discípulos de todas as nações da Terra, convocando-os a uma caminhada de ir e fazer discípulos. Contudo, hoje, o que menos se vê é a Igreja vivendo essa maravilha, que é um legado apostolar para treinar discípulos na missão de trazer vidas e firmá-las nas bases do Reino.

. Milagres (Enviar). Essa missão é o passo mais delicado da visão do apostolado, da visão de Jerusalém e da Visão Celular, pois não podemos enviar qualquer pessoa. Por isso, torna-se um milagre encontrar o preparado e disponível para ser corretamente designado para uma missão e que cumpra cabalmente a tarefa que lhe foi imposta.

Quando esses pilares se encontram – Ganhar, Consolidar, Discipular e Enviar – sustentados no firmamento – Sinais, Prodígios, Maravilhas e Milagres – encontramos o perfil dessa tríade maravilhosa que é o M12, a visão de Jerusalém e a missão apostólica. Se caminharmos nessa vertente, com certeza, agilizaremos o retorno do Messias. Essas são as mudanças visíveis e o ampliar da nossa tenda.

O que o senhor espera este ano dos seus discípulos, amigos, ovelhas e filhos, que vêm em busca de conhecimento em Manaus, cidade chamada pelo senhor de Terra de Avivamento e Ninho de Águias?

Sou um homem cheio de expectativas. Nunca chego a uma reunião sem estar cheio de expectativas em Deus. Eu gosto de ver Deus trabalhando, construindo, fazendo o novo, desafiando indivíduos. A singularidade do Reino me impressiona. Sou amante do movimento, porque os Céus estão em movimento. Essa é a nossa certeza de que também não podemos ficar parados por isso. Espero de cada pessoa um comprometimento maior e o desejo de não se deixar ser seduzido pelas coisas efêmeras, porque tantas coisas nos tiram do foco, arrancam-nos do centro do propósito e nos fazem perder a visão dos sonhos que foram plantados em nós com tanta responsabilidade.

Tenho expectativa para os Apóstolos mais maduros, para os novos e para as gerações que estão chegando, de líderes plenamente abertos e apaixonados pelo novo. Não podemos nos esquecer de que o MIR é um centro de treinamento e que cada congresso nos desafia não só para o novo, mas nos treina para a conquista do impossível, quando os desafios lançados aqui se tornam uma verdade inconteste. Os que praticam essa palavra terão um resultado acima do normal.

Sem nenhuma pretensão ou ofensa, os Congressos do MIR, em três dias, correspondem a um curso intensivo de faculdade. É como se fosse uma premiação maior daquilo que o Senhor está nos oferendo, e os que forem sábios não perderão absolutamente nada, pelo contrário, mergulharão neste celeiro de avivamento e beberão desta fonte que jorra água limpa. “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” (Daniel 12:3)