“Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo,  e o maior servirá ao menor. E cumprindo-se os seus dias para dar à luz, eis gêmeos no seu ventre. E saiu o primeiro ruivo e todo como um vestido de pelo; por isso chamaram o seu nome Esaú. E depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; por isso se chamou o seu nome Jacó.” (Gênesis 25:23-26)

Abraão e Sara tiveram um filho, a quem deram o nome de Isaque. Isaque era o filho que Deus lhes havia prometido. Isaque casou-se com Rebeca, e, após muita oração, Rebeca engravidou de gêmeos. Seus filhos se chamaram Esaú e Jacó. Eles eram muito diferentes um do outro.

Enquanto Esaú, o primogênito, era muito cabeludo e gostava de estar no campo caçando, Jacó não tinha muitos pelos pelo corpo e gostava mais de estar em casa. Essas diferenças acabaram fazendo com que Isaque se apegasse mais a Esaú, e Rebeca a Jacó.

Os meninos cresceram e, certo dia, Esaú voltou de uma caçada morrendo de fome, e encontrou Jacó fazendo um cozido com lentilha. Esaú então pediu um pouco de comida a Jacó, mas o irmão falou que só daria se ele entregasse o direito da primogenitura. A fome de Esaú era muito grande, e, para ele, a primogenitura não tinha muita importância, então disse ao irmão que podia ficar com seus direitos.

Vamos entender o que a primogenitura? Primeiro, precisamos saber que o primogênito é o primeiro filho. E a primogenitura é direito que, por natureza, pertencia ao filho primogênito. Sob o sistema patriarcal, com a morte do pai, o filho varão, mais velho, tornava-se cabeça da família, tendo autoridade sobre os demais, enquanto permanecessem na mesma casa. Ele era responsável por cuidar dos membros da casa de seu pai. Também ocupava a posição do pai em representar a família perante o Senhor. O primogênito geralmente recebia a bênção especial do pai (Gênesis 27:4,36; 48:9,17,18). Além disso, tinha direito a duas partes do patrimônio do pai; isto é, ele recebia o dobro do que cada um de seus irmãos recebia.

Esaú não atentou para toda a bênção que estava na sua direção, e a entregou a Jacó. Jacó recebeu a bênção de seu pai Isaque, no lugar de Esaú, fazendo-se passar pelo irmão. Quando Esaú se deu conta do que tinha acontecido, que havia sido enganado pelo irmão e que havia perdido a sua bênção, ficou tão irado que queria matá-lo, por isso sua mãe, Rebeca, mandou Jacó para longe, para a casa do seu irmão Labão.

Muitas vezes, o filho mais velho recebe muito mais pressão do que os mais novos, e, algumas vezes, se acha deixado de lado por não ter a atenção que deseja, pois pensa que os pais gostam mais dos mais novos do que deles. Mas o filho primogênito, apesar da grande responsabilidade que pesa sobre ele, também tem direito a bênção dobrada do Senhor e dos pais.

Vamos falar um pouquinho também a respeito de uma coisa que acontece muito entre os irmãos: as brigas. Sempre ouvimos dizer que irmãos brigam e que isso é assim mesmo. Caim brigou com Abel por causa da oferta que foi aceita por Deus e a dele não; Jacó enganou Esaú, por isso Esaú queria matá-lo; os filhos de Davi brigavam. Então isso é normal.

NÃO É NÃO! Irmãos têm o mesmo sangue, os mesmos pais, nasceram na mesma família, compartilham todas as coisas, e devem ser unidos, pois fazem parte da mesma família. Os irmãos devem ser amigos e se ajudarem, não criar problemas uns para os outros. Os mais velhos precisam ajudar os mais novos e os mais novos precisam reconhecer a autoridade dos mais velhos. Embora os irmãos sejam diferentes, eles carregam o mesmo nome e características semelhantes.

Quanto aos papais e mamães, precisam ter cuidado para não agirem como Isaque e Rebeca. A Bíblia diz que Isaque amava mais a Esaú e Rebeca amava mais a Jacó, e isso gerou muita disputa entre os irmãos. Os filhos devem ser tratados da mesma forma, com a mesma disciplina e os mesmos direitos. Não se deve fazer comparações entre eles: “Olha como teu irmão faz. ”

Crianças, nossos irmãos são nossa família, e devemos amá-los de coração. As brigas não podem estar na nossa casa. “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.” (Salmos 133:1)