Uma nação reformada

18 de abril de 2016

Apóstolo Renê Terra Nova tem sido um líder incansável na conquista de territórios, pois seu desejo é ver a Nação reformada. Para isso, desde 2000, ele realiza anualmente o Congresso de Resgate da Nação, completando, em 2016, 17 anos de muito trabalho, muitos Atos Proféticos e muitos resultados satisfatórios. Nesta entrevista, ele faz um balanço do que representa, para a Nação, o Congresso de Porto Seguro, o amadurecimento da Visão Celular no Modelo dos 12 e o Governo do Justo, dentro do momento político que estamos vivendo. Através de um trabalho consolidado, junto à sua equipe e ao ministério que lidera, MIR, tem contemplado o sonho de conquistar a Nação e arrebanhar uma grande multidão para Deus.

Francieme Costa

Este é o 17º Congresso de Resgate da Na­ção realizado em Porto Seguro. Após 17 anos consecutivos no Útero da Nação, qual a sua avaliação de mudança nos líderes e no Brasil?

A pergunta é apropriada e, ao mesmo tempo, complexa, pois ao longo destes 17 anos, tivemos muitas transições para que este projeto fosse frutífero. Muitos líderes tiveram pleno êxito na sua vida pessoal e ministerial, outros tiveram tímida conquista, mas isso independe do que foi proposto, pois a velocidade de mudança e alcance na vida de cada líder tem efeitos radicalmente diferentes. A proposta de Porto Seguro é para a transição de mente no âmbito da política nacional, abrindo o entendimento do povo para que uma Nação nasça em um só dia, como na promessa de Isaías 66:8.  

A importância é poderosa, porque nós, que somos líderes queremos ver a Nação, de fato, transformada. Por isso, precisamos entender que qualquer esforço para contribuir para a mudança do nosso país ainda é pouco. Claro que muita gente ainda não conseguiu entender a profundidade deste mistério, vem a Porto Seguro para o programa e não para o propósito. Porém, de qualquer forma, vemos que as pessoas são atingidas e muitas são alcançadas. Creio que Deus honra o propósito da Visão, e Porto Seguro é uma proposta de mudança radical na vida de todos que amam e querem ver nascer uma Nação Reformada.

Eu vejo muito perfil de liderança e reações de comportamentos. Pessoas que podem contribuir muito mais, mas escondem-se nos seus casulos particulares; outros que não têm essa disponibilidade em tempo, mas esforçam-se para dar o seu melhor, embora eu acredite que a nação brasileira poderia ter outro nível de resposta em todos os campos nos Estados pela cobertura que recebe e pelos ensinos que são liberados, através da nossa presença no campo em quatro níveis. Primeiro, consolidando os discípulos através do líder regional – aquele que cuida de uma geografia e desata o crescimento nas Igrejas locais. Segundo, o líder estadual – que leva uma palavra de avivamento, a doutrina da Visão e a esperança, com um bom testemunho por trás dele de uma Igreja de êxito; é o nosso coordenador. Terceiro, o supervisor – que realiza uma supervisão acirrada no Brasil, pois tem voado para consolidar Apóstolos, Bispos, Pastores e Discípulos, com a voz de Manaus, por Congressos Estaduais e também consolidando as regionais. O líder que não cresce é porque se proibiu ser desatado. Quarto, a presença incansável do M12, através da minha vida, indo basicamente em todos os campos da nação brasileira, bradando esse avivamento, dirimindo as dúvidas, liberando unção para o novo tempo de conquista. Como alguém poderá dizer que não está desatado nessa Visão? Reafirmo: são líderes que se proibiram crescer. Mas há um detalhe que é mais importante do que todas as consolidações feitas: o material didático da Visão Celular no Modelo dos 12 está à disposição de quem é ou não da Visão para serem alimentados, terem direção e foco na conquista do seu território.

Reforma: a missão de evangelizar a Nação pelo poder do Espírito Santo. Como podemos traduzir esse tema para ações concretas que realmente revelem um Brasil diferente, reformado?

Nós precisávamos de um resgate de avivamento, e isso só seria possível aflorando o dom que há dentro de cada um de nós. Existem muitas pessoas que têm o dom de evangelização. Mas todo indivíduo nascido de novo tem uma ordem na sua direção: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos 16:15) Como somos uma Igreja oriunda do discipulado, não podemos ficar de fora dessa convocação extraordinária, que o próprio Messias colocou sob a responsabilidade da Igreja.

Acredito eu que, em Porto Seguro, quando entrarmos nessa operação da libertação de pessoas e do entendimento aberto do que é essa conquista no mundo espiritual, todos voltarão a ter paixão por vidas e será impetrado no caráter de cada um deles o avivamento que foi profetizado. Não posso crer que no Ano da Reforma não se tenha a restauração por paixão por vidas. A única forma do Evangelho subsistir é cumprindo o Ide de Jesus. E, neste ano, como sempre, contaremos com o poder do Espírito Santo para que, a partir do Útero da Nação, haja uma explosão do crescimento da Igreja e a consolidação dos territórios, a partir de uma liberação profética na Jerusalém do Brasil.

Paralelo ao Congresso realizado anualmente, a Visão Celular em 2016 completará 19 anos. Qual a importância de estar e realizar na Visão Celular mais um Congresso de Resgate. Qual o resgate para este ano da Reforma?

Bem, a Visão completará 19 anos no Brasil em Julho, e isso é muito gratificante, pois eu já realizo um trabalho com Células há pouco mais de 26 anos. Mas, como queremos que a visão de redenção seja implementada na sua profusão, não podemos deixar que as pessoas saiam de Porto Seguro sem a proposta precípua do que é Reforma.

Dentro do Útero da Nação, estudaremos esse sobrenatural, vencendo os limites da fronteira da mente para que a Nação seja reformada de forma muito saudável. Os 18 anos da Visão trouxeram muita maturidade e estou crendo que este Congresso, além de seletivo, fará com que tenhamos respostas mais relevantes.

Quando comecei a falar de Reforma, houve um assalto na alma de muitos líderes, que pensavam que seriam removidos da sua posição. Alguns ainda raciocinam assim, quando, na verdade, a Reforma é uma proposta mais de vida atuante do que tinta no papel. O que precisamos hoje é pontuar as pessoas na posição que elas devem estar, porque muitas pessoas estão em posição de privilégio e não sabem como honrar a relevância do cargo que foi colocado sob sua confiança, não porque não queiram, mas porque não podem. Elas descobriram, nelas mesmas, que não são a indicação correta para o cargo de confiança. Por outro lado, muitos que estavam atentos à chamada e à visão, não ficarão de fora da mudança radical que o Senhor está propondo por intermédio da Reforma.

Desde o Antigo Testamento, foi profetizado que o caminho do Senhor deveria ser preparado, e uma voz antes bradou: “Preparai o caminho do Senhor.” (Marcos 1:3). Estamos agora mostrando à nação brasileira que vamos receber algo muito grande da parte de Deus, mas temos que colocar as bases corretas e preparar essa rota pela qual Deus caminhará e a Nação verá esse diferencial. Há muita gente que nem sabe que nós existimos, mas também há muita gente que não nega a sua existência dentro da Visão, e é desses que nós precisamos, porque lugares de confiança são entregues a líderes treinados. Na Reforma, estamos lutando contra a nossa cultura pessoal, de colocar as pessoas que a gente gosta, sem nenhuma capacitação, para realizar o que é relevante. Em compensação, temos somado na nossa liderança muitas frustrações, por confiarmos demasiadamente em quem não consegue dar resultado. Não estou falando de metas, mas de indivíduos que vivem sem um objetivo, totalmente descontrolados na sua maneira de viver, fazer e ter resultado. No tempo da Reforma, o ponto mais difícil é colocar cada um no centro do propósito e não nos permitirmos mais o erro de dar graduação a indivíduos que não têm condição de honrarem o cargo que receberam.

O que o senhor tem a dizer sobre o momento político histórico que vivemos hoje, quando estamos às portas de um impeachment e ao mesmo tempo de um enfraquecimento que descredibiliza a política do nosso país. Como profeta, o senhor acredita que o principado da corrupção será destronado do Brasil? Quando veremos o fruto disso?

Temos muitas profecias de pessoas que nem conhecem a Nação, nem têm carga de oração por ela, nem pagam preço pelo nosso povo, mas que têm sustentado uma linguagem de que Deus falou que o principado da corrupção vai cair. A corrupção começou no Éden, depois teve corrupção na arca, corrupção em Sodoma, corrupção na terra de Canaã. Depois teve corrupção no casamento de Abraão e na sua vida sócio-política, na vida de Isaque, na vida de Jacó... Se formos caminhar pela Bíblia, saindo dos patriarcas, passando por Moisés, pela libertação e por todos os sinais bíblicos que passarmos, encontraremos corrupção. Arão se corrompeu ao lado do líder. É assim até chegarmos ao Novo Testamento. A semente da corrupção é herança do Adão caído. Então, é preciso passar por uma regeneração, mudança de mente e uma Reforma de cultura. E isso só é possível, punindo radicalmente os corruptos. Não quero ser um cíclico do discurso: Todo mundo é corrupto, porque... Agora, precisamos nos posicionar para que esse lodo saia das esferas maiores que chegaram ao patamar menor. Se não nos posicionarmos agora, comprometeremos nossos filhos e netos e teremos uma descendência extremante pobre, debaixo de um governo comunista, porque os pais não souberam lutar na hora certa. Não é fácil lutar contra a corrupção! É um principado, são forças opositoras, e está nas esferas menos imaginadas. Por isso, a atenção tem que ser dobrada, para que possamos ter êxito nas nossas proclamações de Reforma na nação brasileira.

Bem, há uma solução: não é criar um novo partido, mas criar uma nova proposta. Todo mundo funciona por ideologia. Nós, os crentes, chamados cristãos evangélicos ou não, não temos unidade política nem cultura de Reforma, por isso estamos passando por problemas graves devido à falta de diálogos, simpósios e discussão política bíblica, porque a política é boa, os políticos estão maus, com raríssimas exceções. É lamentável termos uma Nação poderosa, rica, autossustentável e sem uma pessoa com capacidade de governar esse continente de forma ilesa. Estamos na maior crise de liderança do século, porque procuramos ‘quem’ e não encontramos. É uma crise global e não apenas brasileira. Mas sempre existe um Davi escondido atrás das malhadas que pode vir e fazer um ministério poderoso, abrindo relacionamento com as pessoas e tirando a Nação da pobreza sem negociar a cidadania. Um partido novo não resolve, a proposta nova é a resposta. Contudo, se preciso for, o Governo do Justo se posicionará e faremos o que for possível para transformação da nossa geografia e Reforma do nosso território. Se preciso for, teremos um partido para que a visão correta de transformação de uma Nação seja levantada por homens idôneos que temam a Deus e à Sua Palavra, respeitem ao cidadão e invistam na cidadania. Tudo tem acontecido em uma velocidade muito maior: os casamentos começam e terminam; os filhos querem criar independência na adolescência; as pessoas querem um salário mais honrado...

A internet e o excesso de informação são em grande parte responsável por tudo isso, então eu queria confirmar, dentro do status da minha fé, que vamos alcançar um Brasil que nossos pais não tiveram, por causa da velocidade de informação, e entregaremos, aos nossos filhos e netos, o Brasil que nossos pais não tiveram e não conseguiram entregar para nós, por falta de acesso a essas informações.

Este tempo de Reforma graduará a Nação em mudanças jamais vistas em toda a história que se encontra nos livros das bibliotecas do nosso Brasil. Escute algo: você que está lendo esta entrevista, voltará a lembrar esta profecia de que os nossos olhos verão o que os nossos pais não viram. Haverá uma limpeza no nosso país e, na velocidade da luz, veremos a mudança na nação brasileira. Não precisa morrer mais ninguém. Muitos já deram a vida por isso e o Autor desse projeto foi o próprio Senhor Jesus.

Durante todos esses anos, o senhor sem­pre deu uma atenção especial à política, defendendo inclusive que cristãos com­pro­metidos devem exercer cargos im­portantes, representando a Igreja. O se­nhor acredita que a nossa ge­ra­ção vai depor Saul e colocar Davi no trono?
Sou crédulo de que, a despeito de tudo e de todos, a nossa geração vai depor Saul e colocar Davi no trono, sim. Inclusive, defendo a ideia de ver um homem de Deus chegando à Presidência da República. Para muitos, isso pode parecer utopia, afinal eles veem a Igreja sem conquista e sem projeção política. Aliado ao momento que vivemos, muitos uniram a sua boca à crise, mas eu não profetizo a crise nem o que é aparente, profetizo a Palavra de Deus e a ascensão do Brasil em todas as esferas, pois não me movo no natural, mas no sobrenatural; não me movo pelo que eu vejo, mas pelo que eu creio. Sairemos desse quadro caótico de escravidão e o nosso povo viverá em liberdade, sem ser massacrado pela crise, pois alcançaremos uma economia estável. Como profeta, eu creio que os próximos anos serão de pleno êxito, a partir da Reforma na nossa geografia.
Ser um líder de multidão é a sua chamada. Hoje o senhor já formou outros líderes que entenderam que também precisam ter co­mo alvo uma grande multidão. Como for­mar uma grande multidão e líderes que de­sejem os mesmos sonhos do coração de Deus?

Estou em formação para sê-lo. A diferença de mim para outros líderes é que eles falam para multidões heterogêneas, eu falo para multidões homogêneas, um público firme, verdadeiros sonhadores. E na Igreja local, MIR, tenho o prazer de ministrar para uma multidão de Filhos Legítimos. Isso faz uma grande diferença, pois muitos líderes estão tendo ‘êxito’ com o rebanho alheio, edificando sobre fundamento impróprio, mas Deus me deu a graça de uma multidão dentro da nossa tenda, e isso é muito bom.

Para ter multidão, precisamos de sonho, projeto e muito trabalho. Costumo dizer que a Visão não é poesia, é trabalho. Precisamos crer que é possível ter uma multidão. NÃO É DIFÍCIL, É POSSÍVEL. Alguns criam fantasmas e se autoimpedem de conquistar, nós seremos mais do que somos e teremos mais do que temos, se sonharmos, projetarmos e trabalharmos na chamada que Deus nos fez.

Os líderes almejam essa conquista, mas muitos deles não pagam preço. Porém, acreditamos que a partir de 24 de Abril, uma nuvem nova estará no Brasil, levantará líderes e, debaixo deles, milhares que não se rendem nem se esquivam da chamada que Deus fez. Este é o tempo de bebermos e recebermos a multidão que Deus nos prometeu.