O companheirismo no discipulado - Parte 5

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Texto: “Por esta causa vos mandei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a parte ensino em cada igreja.” (I Coríntios 4:17)

Verdade Central: O discipulado, como o nome mesmo diz, é ter discípulo ao lado, ou seja, caminhar em companheirismo. O discipulado é companheirismo, é compartilhar, pois não retém a sua formação para si só. O discipulador não é ermitão, solitário; não procura seus próprios interesses; não vive em soberba. É um ensinador, um incansável guia; é fôrma pronta para formar.

Introdução: O companheirismo é a ação de estar com o companheiro. Não é estar com alguém apenas, como dizem os dicionários, de uma forma superficial. Muitos podem estar com alguém apenas por estar, mas não haver entre ambos companheirismo.

 

Todos os que passam pelo Jordão têm o sobrenatural autenticando o ministério. No Jordão, quando Elias toma a capa, bate sobre as águas, elas se abrem e ele é tomado num redemoinho. Do outro lado, há profetas, mas quem está com Elias é Eliseu.

Todos os demais profetas viram o que aconteceu, mas foi Eliseu quem recebeu a capa, pois estava perto do seu discipulador. Com a capa nas mãos, Eliseu faz o mesmo que Elias: fere as águas e elas se abrem.

O discipulado por repetição só é possível quando há convivência, companheirismo. Você não repete uma cena que não viu, que não vivenciou.

Todos os profetas que estavam assistindo do outro lado do rio souberam o que acontecera, mas somente Eliseu tomou a capa. Como discipuladores, temos discípulos e discípulos. E não devemos esperar que nossos discípulos façam deduções do que é melhor para eles; vamos dizer para eles, pois a Palavra é clara.

Os outros profetas ficaram na dúvida se realmente Elias havia sido arrebatado. Chegaram até mesmo a propor a Eliseu que procurasse Elias. Eliseu, porém, disse-lhes para não irem. Eles procuraram por três dias e não o encontraram.

Que tipo de discípulo você quer ser para o seu líder? E, se você já é líder, que tipo de discípulos você quer gerar? Se você quer gerar discípulos que sejam capazes de repetir os atos soberanos de Deus na sua vida, traga esses discípulos para perto.

O discipulador não deve ter as portas da sua casa cerradas, vivendo no individualismo, como ermitões. É verdade que tem um tempo de estar com a família, a sós. É necessário organizar esse tempo, e os seus discípulos, que são seus companheiros, respeitarão e compreenderão, pois são amigos. Agora, jamais aprenderão se você não abrir a casa para eles, se você não for à casa deles, se eles não andarem com você.

Na história de Eliseu, podemos ver que a Bíblia relata 14 milagres depois que ele experimentou o sobrenatural. Mas, para alcançar os milagres, é preciso observar algumas situações na relação do discipulado.

 

1. Manter uma linguagem sarada e atitude correta para ver e ter a unção dobrada

Todos os profetas sabiam que Elias seria tomado. Eliseu estava prestando atenção, mas os outros profetas estavam comentando os fatos. Porém, parar para comentar os fatos era perda de tempo.

Quantos discípulos comentam o que todos já sabem! E, infelizmente, muitas vezes o comentário se torna fofoca. Você fala o que é legítimo, é certo e o que está acontecendo, mas está fora de tempo, fora de direção; isso não o levará a lugar algum.

A posição de Eliseu, em não comentar e observar, demonstrou prudência e firmeza. No discipulado, devemos ter firmeza de propósito. Não se deixe distrair por comentários que são perda de tempo.

 

2. Sustentar a unção do discipulador para fazer coisas maiores

Elias foi um homem que realizou milagres, e Eliseu recebeu o manto e a porção dobrada. Se Eliseu estivesse preocupado com a falsa humildade, não teria pegado a capa, pois ele passou pela crítica. Eliseu se manteve incontaminado, sustentando a unção para fazer coisas maiores.

Deus precisa arrancar nós mesmos de dentro de nós. Pois esse cuidadozinho que temos com a nossa pele e a nossa imagem já foi para a Cruz há muito tempo. A sua nova imagem é a de Cristo e é nessa que você deve fluir. Deixe suas limitações e tenha coragem de se expor.

Eliseu entrou no sobrenatural de tal forma que a Palavra relata inúmeros dos seus milagres (II Reis 2:1-25; 3; 4; 5; 6; 7; 8). Confira alguns.

. As águas de Jericó se tornaram saudáveis.

. Profecia de vitória para Moabe.

. Multiplicação do azeite da viúva.

. Profetizou um filho para a sunamita.

. Ressuscitou o filho da sunamita.

. A morte na panela – vida no alimento.

. Multiplicação dos pães.

. Cura da lepra de Naamã.

. O machado flutua.

. Visão de provisão de Israel no estado de sítio em Samaria.

De todos esses milagres, a mulher sunamita é o exemplo do bem que adquirimos quando somos companheiros do nosso discipulador.

Os milagres de Eliseu se espalharam e, um dia, o rei perguntou ao servo Geazi sobre as obras de Eliseu. Ao contar a história da mulher sunamita, cujo filho tinha sido vivificado, ela entrou reclamando as suas terras que haviam sido tomadas. O rei, então, ouve a sua história e despacha um eunuco para restituir todas as suas posses. Ela foi totalmente restituída. Por esse exemplo, vemos que a relação de discipulado com o líder traz lucro; não perdemos nada sendo fiéis.

A fidelidade, muitas vezes, nos custa a vida. A Palavra nos instrui: “Sê fiel até a morte...” (Apocalipse 2:10). Para discípulo ser fiel a discipulador, precisa ter morrido para si mesmo – custa a vida. Não é uma anulação da existência.